Por Alcyr Cavalcanti

A magnifica exposição do fotógrafo norte americano Weegee, como ficou mais conhecido Arthur (Usher) Fellig nascido em junho de 1899 na Ucrânia, que aos onze anos migrou com o pai para os Estados Unidos está na Fundação Henri Cartie-Bresson por mais uma semana.. Após ter trabalhado durante muitos anos como laboratorista em uma agência fotográfica de imprensa, Wegee resolve trabalhar por conta própria, em 1938, como fotojornalista. Passa então a instalar em seu automóvel um rádio que capta a frequência da policia., o que permite chegar em primeiro no local dos assassinatos, dos incêndios ou dos acidentes de transito.  Durante uma década fotografa magistralmente o lado sombrio das madrugadas de New York. Em 1945 publicou o que considerava suas melhores fotos no livro “Naked City”.

Wegee entendia a fotografia como tudo que é visualmente fora do comum: as multidões nas praias de Coney Island, as atrações nas feiras, as  estrelas , os saltimbancos, os palhaços……e finalmente ele mesmo. Com alguns anos de avanço sobre a Internacional Situacionista, inaugura uma forma visual de crítica da Sociedade do Espetáculo, é a “Comédia do Espetacular”. Sua trajetória parece antagônica, de um lado suas imagens chocantes publicadas nos tabloides sensacionalistas, cadáveres de bandidos em poças de sangue, chefões do crime com olhares sinistros, atrás das grades, favelas consumidas pelo fogo e registros angustiantes sobre os despossuídos de New York.  Em sua outra fase, as festas que pareciam não ter fim, o glamour das belas mulheres, multidões exultantes, estrelas de cinema e da alta sociedade.

Uma das fotos de Wegee na Fondation Cartier-Bresson

Tive a sorte de assistir e apreciar a exposição inaugurada em janeiro e que fica até 19 de maio de 2024 e tem a curadoria de Clemént Chéroux, diretor da Fondation Henri Cartier-Bresson, rue  des archives 79- 75003 Paris.