Por Siro Darlan –
NOTA DA REDAÇÃO: Foi com imenso pesar que recebemos a notícia do falecimento do colaborador e amigo RAFAEL HOLANDA, médico, colunista, representante e correspondente do jornal Tribuna da Imprensa Livre em Campina Grande, Paraíba – Brasil. Homem íntegro e de grande capacidade profissional, sua ausência será sentida por todos nós. À família enlutada os meus votos de solidariedade e que a palavra de Deus conforte amigos e parentes. (Daniel Mazola, editor-chefe)
Hoje comemora-se o Dia de Santo Agostinho, Doutor e Mestre da Igreja Católica e um dos mais importantes filósofos da humanidade, sobretudo por sua busca e entendimento de Deus. Deus nos é apresentado como um ser inatingível por sua misteriosa existência. Essa dúvida chega mesmo à conclusão de alguns em negar que Ele exista. Estando tão distante inicialmente, Agostinho conviveu com uma intimidade divina sem precedentes. Costumamos chama-lo de Nosso Pai Santo Agostinho porque sua vida tão humana e imperfeita o fez buscar a proximidade com o Divino através do negacionismo científico na busca da Verdade, que o fez descobrir sua santidade.
Eu sou um devoto incondicional desse Homem tão humano quanto divino, e na busca de um Pai, encontrei em Santo Agostinho o acolhimento nas figuras de 24 frades agostinianos da Igreja Santa Mônica, desde minha infância, onde iniciei como acólito nas missas e fui acolhido como aluno e bedel do Colégio Santo Agostinho.
Contudo não satisfeito com essa paternidade, continuei a buscar um Pai e me fiz Pai das crianças e adolescentes desassistidos como Juiz da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro. Acolhi-os em minha missão de juiz buscando a efetivação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
A busca dessa paternidade desconhecida veio a meu encontro através de um irmão até então desconhecido, o médico Rafael Rodrigues de Holanda, que sendo irmão me apresentou a mais seis outros Marcelo, Nilmar, Glaucia, Luciano, Domicio e Wagner, e, finalmente a meu pai Domício de Holanda, falecido em 2006. Esse irmão é um figura simbólica em minha vida, porque o conheci aos 70 anos como um anjo Rafael que me fez conhecer um ser humano ímpar, generoso, caridoso, amoroso com os seus e com o próximo desconhecido, sendo meu irmão, Tarde o encontrei. Tarde o amei. Mas amei intensamente por ser tão especial na minha vida.
Tarde te amei. Tarde te amei. Rafael foi levado por essa praga que nos assola, exatamente hoje, dia de Santo Agostinho, que resolveu, na vontade do Pai Eterno apresenta-lo aos céus. Santo Agostinho que me apresentou essa Família Holanda resolveu levar meu amigo, guia para a paternidade e homem de reconhecido carisma social, afetivo e acolhedor, tão amado por seus familiares, amigos e todos que a ele se achegaram com suas necessidades. Assim era meu irmão gêmeo Rafael que Deus levou no Dia de Nosso Pai Santo Agostinho que nos deixou essa mensagem:
A morte não é nada (Santo Agostinho)
“A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho…
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.”
(Santo Agostinho)
Leia o último texto do médico Rafael Holanda: Doença de Alzheimer
SIRO DARLAN – Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
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