Por Daniel Mazola e Prestes Filho 

Em função da repercussão das matérias exclusivas: “SIRO DARLAN: a Força, a Indignação e a Verdade“ e “SIRO DARLAN: eu conheço a fome, eu conheço o frio, vivi a vida dos jovens e das crianças abandonadas – essa é a minha origem”, estamos publicando uma série de depoimentos e manifestações de solidariedade de diversos membros da sociedade civil sobre a “perseguição implacável” – como a maioria tem se referido ao caso – que culminou com a suspensão do exercício da função do desembargador Siro Darlan.

Transformaremos esse trabalho em um livro e uma edição especial do jornal impresso para ser distribuído gratuitamente, caso queira ou possa contribuir com algum valor, entre em contato via WhatsApp (55 21 98846-5176).

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SOMOS SIRO DARLAN

Depoimentos – Parte XXVI

#campanharestaurarverdade

ÁLVARO LINS DOS SANTOS é oficial da Polícia Militar, foi deputado estadual, chefe da Polícia Civil e secretário de segurança do Rio de Janeiro.

Álvaro Lins

Tribuna da imprensa Livre: O desembargador Siro Darlan é uma referência entre os magistrados brasileiros, em especial, por sua atuação junto a população que vive em situação de exclusão social?

Álvaro Lins: Dr. Siro Darlan sempre esteve na vanguarda da defesa dos direitos humanos, jamais fugindo de enfrentar qualquer polêmica ou desafio. Ele é uma referência para a magistratura e para todos aqueles que não são indiferentes ao sofrimento alheio.

Tribuna da Imprensa Livre: Na sua opinião o desembargador Siro Darlan sempre atuou com seriedade e cumprindo rigorosamente os mandamentos éticos da magistratura?

Álvaro Lins: Jamais soube de desvios éticos por parte dele. O que percebo é que toda pessoa que se dedica a uma causa social incomoda e passa a ser alvo de perseguições, e com ele não é diferente.

Tribuna da Imprensa Livre: Escreva sobre um fato relevante vivido, pessoalmente, ao lado do desembargador Siro Darlan. Momento quando o magistrado ofereceu exemplo de cidadania e profissionalismo.

Álvaro Lins: Me recordo que Dr. Siro me trouxe uma ponderação muito coerente, apontando que a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente era responsável tento pelos casos de adolescentes infratores, como de crianças vítimas, o que a impedida de ter uma atuação especializada. Ele sugeriu que o atendimento fosse dividido e, a partir dessa proposta, criamos a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, que virou referência nacional.

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BERNARDO GARCEZ NETO é desembargador, corregedor Geral de Justiça do Rio de Janeiro e ex-presidente do Tribunal Regional Eleitoral.

Desembargador Bernardo Garcez Neto

O Siro sempre foi um homem de colocar seus ideais na prática. Conheço sua luta para proteger as crianças, os adolescentes e os miseráveis. Este combate nunca atrapalhou sua atividade de julgador profissional. Pelo contrario, sempre atuando na área dos menores de idade, seu senso de Justiça Social facilitou o desempenho do cargo de juiz.

A área da Infância e da Juventude não requer soluções técnico-jurídicas , pois estas não resolvem seus conflitos. A Lei Federal 8069 é apenas um Norte, que o Siro aplicou com os temperos de sua visão do mundo.

Isso, sem dúvida, gera atritos com aqueles que entraram na Magistratura para ascender socialmente e esquecer suas origens populares.

Em 39 anos de convivência – fomos aprovados no mesmo Concurso Público (1982) e empossados no mesmo dia – nunca tive notícia de que o Siro tivesse mudado seu modesto padrão de vida. Seus luxos eram os jogos de futebol, o Clube de Regatas do Flamengo e as festas populares. As viagens sempre modestas e discretas com visitas a locais históricos e museus, sem extravagâncias como vinhos raros, restaurantes refinados ou transporte em primeira classe.

O Siro continuou fiel às suas origens, nunca fingiu ser o que não era, nem se vergou para galgar posições na Carreira. Tudo isso, sem dúvidas, fustiga os “parvenus” que chegaram a altas posições graças ao servilismo e à falta de vergonha na cara.

Nossas bandeiras politicas tem cores diferentes, ainda que no final estejam sintetizadas no “manto sagrado” do time do Siro, mas nossa Bandeira Nacional é a mesma e os compromissos jurados com a Constituição, as Leis e a Ética da Magistratura continuam mantidos nos dois extremos que integramos.

Daí porque, desde o inicio da provação atravessada pelo Siro, testemunhei sobre seu caráter, a imutabilidade de seus ideais e, principalmente, sua integridade profissional. Continuo acreditando em sua inocência, pois tenho a mesma convicção do moleiro da fábula de François Andrieux.

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Envie seu depoimento: mazola@tribunadaimprensalivre.com

Assine a nota pública de defesa da independência funcional do desembargador Siro Darlan: http://chng.it/4zLKk5xPVj


DANIEL MAZOLA – Jornalista profissional (MTE 23.957/RJ); Editor-chefe do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Consultor de Imprensa da Revista Eletrônica OAB/RJ e do Centro de Documentação e Pesquisa da Seccional; Membro Titular do PEN Clube – única instituição internacional de escritores e jornalistas no Brasil; Pós-graduado, especializado em Jornalismo Sindical; Apresentador do programa TRIBUNA NA TV (TVC-Rio); Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (2004/2017) e ex-presidente da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI; Foi Vice-presidente de Divulgação do G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (2010/2013).


LUIZ CARLOS PRESTES FILHO – Diretor Executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Cineasta, formado em Direção de Filmes Documentários para Televisão e Cinema pelo Instituto Estatal de Cinema da União Soviética; Especialista em Economia da Cultura e Desenvolvimento Econômico Local; Coordenou estudos sobre a contribuição da Cultura para o PIB do Estado do Rio de Janeiro (2002) e sobre as cadeias produtivas da Economia da Música (2005) e do Carnaval (2009); É autor do livro “O Maior Espetáculo da Terra – 30 anos do Sambódromo” (2015).