Por Amirah Sharif –
Semana passada, circulou pela internet um vídeo bem curto e engraçado em que era mostrado um papagaio ou maritaca deitado(a) de barriga para cima com cobertor cobrindo todo seu minúsculo corpo, deixando apenas o bico de fora. Quando a criança ameaçava retirar a coberta, ele(a), com o bico, se cobria novamente. Adorei a atitude dessa pequenina ave! Simplesmente, adorei!
Imagino que aqueles que viram o vídeo devem ter se divertido com esse pequenino papagaio ou maritaca, que quer estar protegido do frio de certas regiões do Brasil e aí, concordo, só muito bem agasalhado mesmo. Mas, para quem é protetor de animais, é angustiante saber que muitos estão sofrendo com essa estação, que, neste ano, está bastante rigorosa.
Quando passo pelas ruas e vejo pessoas e seus pets cobertos com caixas de papelão, me sinto profundamente triste, mas logo a solidariedade e compaixão se unem e pedem licença para se acomodarem em meu coração e aí a tristeza vai embora.
Durante essa época do ano, muitas prefeituras, entidades e empresas realizam várias campanhas de arrecadação de agasalhos para moradores de rua ou famílias de baixa renda. No entanto, é preciso lembrar que os animais abandonados também sofrem com as baixas temperaturas.
Solidariedade contra o frio
Aconselho a quem queira colaborar, que procure alguma ONG perto de casa e doe paninhos velhos, lençóis e cobertores usados, toalhas e até meias, pois todo esse material é útil para que os animais de rua possam ficar aquecidos. Precisamos nos conscientizar de que animais também sentem frio!!! Então, pesquise no Google por “ONG animais…” e, em seguida, coloque o bairro onde você mora. Se não encontrar, procure em bairros próximos à sua casa. Mas, faça isso!
Tenho um filho de quatro patas chamado Bento que não suporta vestir roupinha. Tenho a impressão de que ele se sente aflito, pois começa a morder o pano querendo retirá-lo, mas aceita numa boa uma camiseta usada, uma toalha ou um cobertor. O problema do Bento é estar “preso” dentro de uma “roupa”. Ele não suporta!
Por isso, oriento a todos que queiram, doar qualquer paninho, camisetas, toalhas, que o faça, pois será muito bem-vindo aos peludinhos.
Anualmente, também participo da campanha do agasalho promovida pela Cruz Vermelha Brasileira. A campanha consiste na recepção de agasalhos e cobertores, triagem e doações para serem distribuídos a moradores de rua da capital do Rio de Janeiro ou de outros municípios do estado, além de moradores de comunidades carentes que se encontram em vulnerabilidade social, crianças, idosos, pessoas com deficiência e refugiados atendidos pela instituição. A campanha tem previsão de encerramento em 2 de setembro.
Penso que devemos ajudar tanto o humano quanto seu companheiro de quatro patas.
Respeito e inclusão
O Dia Internacional do orgulho LGBTQIA+ foi comemorado mundialmente na segunda-feira, dia 28 de junho. Nos últimos anos, a sigla passou por mudanças, mas a pauta é a mesma: respeito e inclusão de pessoas com diferentes orientações sexuais e identidades de gênero.
Nesse dia, senti muitas saudades da minha amiga Jane di Castro, cantora e atriz.
Ela foi minha cabeleireira por muitos anos e posso dizer que me tornei loira graças a ela. Certa vez, numa conversa em que falávamos sobre preconceitos, ressaltei que não há nenhuma mãe ou animal de gay dentro de asilos ou abrigos. Não há! E aí, ela me olhou dentro dos meus olhos e perguntou: mas onde você leu isso? Respondi também olhando nos olhos dela: foi você que me disse isso, Jane! E completei: o gay ama intensa e profundamente. É, Jane, temos muito que aprender com vocês. E, após um breve silêncio, enxugamos uma lágrima marota daquelas que aparecem sem avisar e emendamos outro assunto.
Na toada de “alô, alô marciano”, composta por Rita Lee e Roberto Carvalho, imortalizada na voz de Elis Regina, também gostaria de enviar notícias para Jane aqui da Terra. Gostaria de lhe dizer que, por um acaso, prestei atenção a um anúncio do Burger King. Não como carne, portanto, nada de lá me interessa, muito pelo contrário. No entanto, parei para assistir ao polêmico anúncio da rede de fast food intitulado “como explicar?”.
Sempre tem um adulto que, quando vê algo relacionado a LGBTQIA+, pensa: “como eu vou explicar isso para uma criança?”. Mas, ao contrário do que pensam, as crianças acham esses assuntos muito simples e assim foi. As crianças explicaram aos pais o que entendiam sobre o assunto, sem preconceito. Essa foi a ideia do anúncio. Viralizou e polemizou! Ah, Jane, como gostaria que também houvesse um anúncio que propusesse o respeito aos animais, porque respeito é para tudo e para todos! Mas, não é como a gente quer, não é verdade?
Um dia, quem sabe, Janes e Chitas terão seus direitos respeitados. E vou teimando. Ia me esquecendo de te dizer que continuo loira, seguindo meu caminho e com muitas saudades de você. Inté, Jane!
AMIRAH SHARIF é jornalista, advogada, protetora dos animais e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. asharif@bol.com.br
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MAZOLA
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