Por Sérgio Vieira –

Portugal / Europa – Séc. XXI.

Começou a corrida em Portugal pelo melhor lugar ao sol, ao contrário do Brasil em que todos lutam por um lugar à sombra face ao sol escaldante de quase todo o ano. Eu também já reservei o meu lugar ao sol em Vila Moura no Algarve, lugar de eleição para ingleses, alemães, e pelos povos nórdicos.

Estoril, Setúbal, Vilamoura…, paraísos à beira-mar plantados. (Divulgação)

Temperaturas que esbarram nos 40º C. Principalmente no Alentejo e Algarve. Por este motivo, Portugal fica mais “pesado” ao sul durante os meses de verão já que todos portugueses e os ditos turistas vão todos para estes destinos de estio. Estio este que se prolonga até finais de agosto. Há um ditado aqui em Portugal que diz: 1º de agosto, 1º de inverno. Não será bem assim, já que durante os meses de agosto e setembro ainda se fazem sentir temperaturas amenas na ordem dos 20/25º C.

Mas é verdade também que após setembro…começa a coisa a complicar. Todo agasalho por mais leve que seja, não é de desprezar já que as noites começam a ficar…digamos assim…mais fresquinhas. Mas continuemos com o nosso verão europeu. Portugal é ponto privilegiado para o turismo de verão pois possui um clima ameno mesmo no inverno, dificilmente passando a barreira dos 0º C. A não ser em zonas de altitude elevada como na Serra da Estrela onde neva bastante e cidades altas como Guarda e Bragança onde se diz que durante o ano são 9 meses de inverno e 3 de inferno.

Bragança, Região de Trás-os-Montes, Nordeste do país. (Wikipédia)

Eu em particular não posso me queixar. Vivo em Aveiro, linda cidade litorânea, onde o calor dificilmente ultrapassa os 30ºC no verão e também muito raramente desce aos 5/6ºC, mas incessantemente fustigada por um ventinho que atenua o calor e acentua a sensação no frio. Outro destino de eleição, este para turistas estrangeiros, é a Ilha da Madeira, esta sim, possuindo um clima ameno praticamente todo o ano e sendo refúgio de ingleses e alemães, constituindo a base da economia da ilha.

Poderia falar aqui também dos Açores, um conjunto de 9 ilhas, também com um clima bastante parecido com o da Ilha da Madeira, sendo bem menos turístico. Onde esse conjunto de ilhas facilmente interligadas entre si via aérea e marítima é o destino de eleição para um turismo mais radical, ou seja, para amantes de caminhadas e contemplação da natureza, sendo pobre em praias com areias onde se possa deitar e desfrutar do sol. O mesmo, diga-se de passagem com a Ilha da Madeira, onde as praias são areias pedregosas dificultando o banho e a exposição solar. Mas os turistas não se importam, eles estão mais interessados no clima e no teor alcoólico da cerveja que sorvem com alegria e boa disposição a partir das primeiras horas da manhã até altas horas da noite. Mas mesmo no inverno, os turistas europeus têm como ponto de eleição Portugal, sendo comum ver estes fanáticos pelo sol, em pleno inverno desfrutarem das réstias dos raios solares em plenas esplanadas sem camisa, e claro, acompanhados de suas esposas e lógico da sua cervejinha. Foi por este motivo, a queda absurda na economia portuguesa na receita turística após a pandemia do Covid-19.

Parece que este ano a coisa vai se compor e as receitas e reservas dos hotéis vão outra vez subir face ao atenuar das medidas restritivas do Covid-19.

Ilha da Madeira: um dos mais lindos da Europa. (Divulgação)

Convido a todos os que possam, a vir, ver e curtir o sol português. É intenso, calmo e claro, acompanhado de um bom vinho ou cerveja e com uma diversidade gastronômica em cada região digna de um rei. Deixo aqui umas dicas. Quem quiser praia e sol, recomendo o Algarve. Quem por acaso se satisfizer somente com muito, mas mesmo muito calor e uma boa piscina, recomendo o Alentejo. Onde com facilidade se aluga a preços módicos uma boa casa de campo com todas as comodidades já ao dispor do turista.

Quem quiser aliar o destino praia com o turismo cultural, recomendo a “minha” cidade de acolhimento, Aveiro. A nossa pequena Veneza portuguesa. Onde o mar e as suas rias se confundem no emaranhado poético de suas águas. E também, uma gastronomia baseada em peixe, frutos do mar e muito mais. Aproveito para deixar deixar uma dica. Não deixe de provar uma boa sardinha assada na brasa acompanhada de um bom vinho verde bem fresquinho.

Cortada por canais que é uma joia, Aveiro é uma Veneza portuguesa, com certeza. (Divulgação)

Não deixando nunca de conhecer a região do D’ouro, terra de beleza ímpar, com paisagens de cortar a respiração. É fácil arranjar um bom cruzeiro desde a ribeira do Porto, até Barca D’Alva, ali, pertinho já de terras espanholas. Onde poderão desfrutar de uma beleza luxuriante entre vales entrecortados pelo rio D’ouro. Quem sabe até fazer uma visita a uma das muitas adegas onde é produzido o vinho do Porto, e claro, desfrutar de uma boa degustação desse licor sagrado.

Até a próxima. Forte abraço a todos.

Portugal é um jardim à beira mar plantado.

SÉRGIO VIEIRA – Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, representante e correspondente internacional em Aveiro, Portugal. Jornalista, bancário aposentado, radicado em Portugal desde 1986.


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