Redação

EUA quer julgar ativista, fundador do Wikileaks.

A juíza britânica, Vanessa Baraitser, decidirá, no dia 4 de janeiro de 2021, pela autorização ou não da extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, onde é denunciado por 18 crimes de espionagem e intrusão informática. Os EUA querem julgar o fundador da WikiLeaks por espionagem, pela divulgação de centenas de milhares de documentos confidenciais.

A magistrada marcou o julgamento na 5ª feira (1º.out.2020). ao final de um julgamento de 4 semanas no tribunal de Old Bailey, na capital inglesa, Londres, no qual várias testemunhas de defesa do fundador do WikiLeaks testemunharam, recusando-se a entregá-lo.

Se condenado, o ativista pode pegar até 175 anos de prisão pela divulgação, a partir de 2010, de mais de 700.000 documentos sobre as atividades militares e diplomáticas americanas, principalmente no Iraque e Afeganistão.

Assange, que afirma que os EUA possuem “motivação política“, chegou a pedir a liberdade condicional, mas a juíza não aceitou. Por isso, ele seguirá detido no centro de alta segurança de Belmarsh, em Londres, e deverá comparecer às sucessivas audiências de controle de rotina.

No julgamento, Baraitser também se recusou a adiar o processo para dar mais tempo à defesa para apresentar provas adicionais, como fez no começo desta segunda fase de julgamento, que foi adiada de maio de 2020 para setembro de 2020.

Os tribunais britânicos devem determinar se o pedido de extradição apresentado pelos EUA  atende a uma série de critérios legais e, em especial, se não é desproporcional ou incompatível com os direitos humanos.

Os advogados de Assange denunciam um processo “político” apoiado em “mentiras“. Porem, segundo eles, o acordo entre EUA e Reino Unido proíbe “expressamente” extradições por “crimes políticos“.

Assange foi preso em abril de 2019 depois de passar quase sete anos na Embaixada do Equador, onde se refugiou após violar os termos de sua liberdade condicional sob fiança, com medo de ser extraditado aos Estados Unidos.

Um relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas) esteve na prisão de alta segurança de Belmarsh, onde Assange seguirá preso. Ele denunciou que o ativista está sendo submetido a tortura. Segundo um psiquiatra que o examinou, o australiano possui um risco “muito alto” de suicídio se for extraditado para os EUA.


Fonte: Poder360