Por Iluska Lopes –
Se avanço da segunda dose surtir efeito esperado, estado do Rio vai apostar em agenda de shows e feiras de negócios a partir de novembro.
Com o avanço da vacinação, a perspectiva inicial das autoridades no Rio de Janeiro seria chegar a setembro em clima de comemoração pela imunização alcançada. Chegou a se falar em carnaval fora de época.
Diante da progressão da variante Delta, no entanto, o percentual atingido com a aplicação da primeira dose foi insuficiente para viabilizar retomada efetiva. A cidade do Rio, por exemplo, virou o epicentro da variante Delta.
Agora, a expectativa é que o aumento da população vacinada com a segunda dose seja suficiente para reverter o cenário de pandemia. Diante desta possibilidade, o Governo do Estado do Rio estabeleceu o mês de novembro como ponto de partida para uma série de ações para impulsionar o turismo.
O plano prevê calendário de shows por todo o estado do Rio com atrações da música nacional. Neste caso, o papel do governo tem sido orientar os produtores sobre os incentivos fiscais que ajudem a custear os eventos.
“Queremos incentivar a agência de viagem acostumada a vender Disney a ter também o Rio de Janeiro como destino”, assinala Gustavo Tutuca, secretário de Turismo do Estado do Rio.
Rio Boat Show
O esforço também está sendo direcionado para viabilizar a vinda de feiras de negócios para o estado. “O Rio Boat Show (feira do mercado náutico) já está confirmado para o ano que vem. Até outubro, vamos anunciar o calendário completo”, afirma o secretário, sem deixar de pontuar que o planejamento depende do cenário associado à pandemia.
Outra frente na estratégia de propaganda das atrações do Rio é falar diretamente com o potencial turista. O governo fechou parceria com uma rede de shoppings que vai abrigar stands de divulgação das atrações turísticas do estado do Rio.
“Fechamos com a Multiplan (empresa com 19 shoppings pelo país, entre eles, o ParkShopping, de Brasília, e o MorumbiShopping, de São Paulo). Eles vão oferecer gratuitamente espaços nos shoppings onde vamos montar os estandes”, conta o secretário de Turismo.
As autoridades das esferas estadual e municipal também já traçaram o plano para o réveillon da cidade do Rio. Além de Copacabana, o Boulevard Olímpico, na zona portuária, também vai abrigar uma queima de fogos.
A Prefeitura do Rio ainda escolheu 10 outros locais – como o Parque de Madureira e o Piscinão de Ramos, onde serão instalados palcos para a realização de shows na virada do ano.
“O avanço da vacinação nos dá confiança para acreditar que este ano teremos réveillon. Mas entendemos que o turismo no Rio terá uma recuperação gradual”, avalia Alfredo Lopes, presidente da Associação de Hotéis do Rio.
Ele indica que, atualmente, a ocupação da rede hoteleira oscila em torno de 45% da capacidade máxima. “Se houver mesmo a retomada de eventos em novembro, podemos chegar a 60% no fim do ano. E, talvez, atingir ocupação um pouco maior no réveillon”, opina Lopes.
Cinco estrelas
O hotel Fairmont Rio de Janeiro, cinco estrelas da rede Accor localizado em Copacabana, ficou fechado por cinco meses em 2020. E, no cenário atual da pandemia, ficou determinado um limite de ocupação.
“No caso deste hotel, o limite é 60% da ocupação para garantir o distanciamento social”, explica Michael Nagy, diretor de vendas e marketing do Fairmont, que menciona a origem dos hóspedes registrados nos últimos 12 meses. “No auge, chegamos a atender 950 hóspedes”.
Em setembro do ano passado, a reabertura do hotel alcançou 30% de ocupação com 92% de hóspedes brasileiros. Segundo Nagy, atualmente a presença de estrangeiros subiu de 8% para 28%. “Alguns são profissionais de empresas internacionais com negócios no Rio que, aos poucos, estão voltando”, diz Nagy.
Recuperação lenta
O Grand Hyatt Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, também fechou por cinco meses em 2020. “Da reabertura, em setembro, até o fim do ano passado, tivemos 20% de ocupação”, conta Laurent Ebzant, gerente geral do hotel.
Ele lembra que chegou a haver um otimismo no início do ano que se refletiu no aumento de hóspedes para metade da capacidade do hotel com 436 apartamentos. “Até ali, houve a redução da contaminação na cidade. Mas infelizmente veio a segunda onda”, conta o representante do Grand Hyatt.
Apesar de acreditar em uma retomada próxima com direito à festa de réveillon no Rio, Laurent Ebzant faz projeção cautelosa: “A gente deve recuperar um pouquinho do que a gente perdeu nos últimos dois anos”.
(Informações do Metrópoles)
Patrimônios imateriais do Brasil, modo de fazer a viola de cocho e o queijo minas avançam para revalidação
Dois patrimônios culturais imateriais brasileiros estão em processo de revalidação do título: o modo de fazer a viola de cocho e o modo artesanal de fazer o queijo de minas. Os patrimônios imateriais, que foram registrados em 2004 e 2008, respectivamente, são símbolos de arte, cultura e tradição, além de forte indutores da economia familiar e do turismo nas regiões onde estão inseridos.
Os dois processos de reavaliação de bem para revalidação do título foram aprovados, por unanimidade, durante a 39ª Reunião da Câmara Setorial do Patrimônio Imaterial e agora serão encaminhados para deliberação final do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão colegiado de decisão máxima do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para as questões relativas ao patrimônio brasileiro material e imaterial.
Segundo o Iphan, a revalidação de bens culturais acontece a cada dez anos como forma de preservar as características do bem, investigar sobre a atual situação do patrimônio cultural e para levantar informações, averiguar a efetividade das ações de salvaguarda, verificar mudanças nos sentidos e significados atribuídos ao bem, assim como o interesse dos detentores na manutenção do título, entre outras questões.
“Este é um importante instrumento de preservação da nossa história e da nossa cultura. São saberes únicos que passam de geração em geração e são o sustento de famílias inteiras. Precisamos cuidar destes patrimônios como tesouros culturais do nosso país”, declarou o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.
VIOLA DE COCHO – A viola de cocho é um instrumento musical brasileiro que tem origem nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Semelhante a um violão, o instrumento é singular quanto à forma e sonoridade, produzido exclusivamente de forma artesanal com a utilização de matérias-primas da Região Centro-Oeste. Seu nome deve-se à técnica de escavação da caixa de ressonância da viola em uma tora de madeira inteiriça, mesma técnica utilizada na fabricação dos cochos (recipiente em que é depositado o alimento para o gado).
A viola é produzida por mestres cururueiros e é o principal instrumento das rodas de cururu e siriri, manifestações culturais populares nas zonas rurais e ribeirinhas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O instrumento pode ser decorado, desenhado a fogo e pintado. Os músicos também enfeitam a viola com fitas coloridas amarradas no cabo que indicam o número de rodas de cururu em que a viola foi tocada em homenagem a algum santo – que possui, cada qual, sua cor particular.
QUEIJO MINAS – Já o modo artesanal de fazer queijo de minas presente nas regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre, em Minas Gerais, foi inscrito no Livro de Registro dos Saberes do Iphan em 2008. O bem imaterial constitui um conhecimento tradicional e um traço marcante da identidade cultural dessas regiões. A produção artesanal do queijo de leite cru representa uma alternativa bem-sucedida de conservação e aproveitamento da produção leiteira regional, em áreas cuja geografia limita o escoamento dessa produção.
Em cada uma das regiões, os detentores do conhecimento forjaram um modo de fazer próprio, expresso na forma de manipulação do leite, dos coalhos e das massas, na prensagem, no tempo de maturação (cura), conferindo a cada queijo aparência e sabor específicos.
PATRIMÔNIO IMATERIAL – Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito às práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas).
Atualmente, existem 48 bens nacionais registrados no Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial e 35 estão em processo de registro.
Amanhã, terça-feira (31.08), o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural se reunirá para decidir sobre a revalidação do título dos bens Frevo (PE), Tambor de Crioula do Maranhão (MA) e Ofício das Paneleiras de Goiabeiras (ES). O colegiado também vai avaliar a solicitação de registro da Ciranda do Nordeste (PE).
REGISTRO – Para registrar um bem cultural, o pedido pode ser apresentado por associações da sociedade civil ou por instituições governamentais, e deve ser encaminhado à Presidência do Iphan. Assim como acontece no tombamento, o Iphan também promove a notificação para o registro do bem cultural que o protege até à decisão do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural e a homologação publicada no Diário Oficial da União (DOU). O processo termina com a inscrição do bem imaterial no Livro de Registro e a entrega do certificado à comunidade detentora do bem. (Fonte: Ascom do MTur, com informações do Iphan)
Destinos brasileiros
Tefé (AM)
A imagem abaixo é da fotógrafa Ana Claudia Jatahy, registra o pôr do sol no município de Tefé, Amazonas. O nome da cidade tem origem nheengatu, idioma que já foi mais falado que o português na Amazônia e significa “profundo”.
O município está localizado a cerca de 545 km da capital do estado, Manaus, e abriga a sede do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, criado em 1999 com o objetivo de aplicar ações de ciência, tecnologia e inovação na adoção de estratégias e políticas públicas de conservação e uso sustentável da biodiversidade da Amazônia, bem como a construção e a consolidação de modelos para o desenvolvimento econômico e social de pequenas comunidades ribeirinhas por meio do desenvolvimento de tecnologias socialmente e ambientalmente adequadas.
ILUSKA LOPES – Jornalista, Especialista em Turismo, Professora, Locutora, Colunista e Diretora de Redação do jornal Tribuna da Imprensa Livre. iluska@tribunadaimprensalivre.com
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