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Quebras de sigilo mostram transações entre parentes de ministros do STJ
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Quebras de sigilo mostram transações entre parentes de ministros do STJ

Redação

As quebras de sigilo bancário do sobrinho do ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça, e de seu escritório de advocacia revelaram transações financeiras feitas com dois filhos de ministros do STJ. Paulo Salomão é investigado na Operação E$quema S, da Lava Jato do Rio de Janeiro, por ter recebido valores da Fecomércio…

As quebras de sigilo bancário do sobrinho do ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça, e de seu escritório de advocacia revelaram transações financeiras feitas com dois filhos de ministros do STJ. Paulo Salomão é investigado na Operação E$quema S, da Lava Jato do Rio de Janeiro, por ter recebido valores da Fecomércio na gestão de Orlando Diniz (foto). Ele não foi denunciado até o momento como outros advogados, mas teve os sigilos levantados por ordem do juiz Marcelo Bretas.

De acordo com o extrato bancário, a conta pessoal de Paulo Salomão recebeu, em abril de 2015, quatro repasses de Djaci Falcão Neto, filho do ministro Francisco Falcão. Os pagamentos somam 751 mil reais. Já o escritório de Paulo Salomão transferiu valores mensais para Pedro Henrique Di Masi Palheiro, filho do ministro Antonio Saldanha Palheiro, entre 2015 e 2017.

Os pagamentos de Paulo Salomão a Palheiro são justificáveis, porque os dois são sócios. Palheiro chegou a ocupar um cargo no governo de Sérgio Cabral.

Os repasses de Djaci Falcão Neto a Paulo Salomão, por sua vez, estariam relacionados à atuação de ambos em uma disputa judicial travada no STJ entre a Eldorado e a Fibria, duas gigantes do setor de celulose. Eles atuaram para a Fibria.

Os pagamentos de Djaci começaram a ser feitos no mesmo dia em que foi publicada pelo STJ uma decisão favorável à empresa. As quatro transferências entre as contas pessoais de Falcão Neto e Salomão estão atreladas a um contrato firmado entre a Fibria e o escritório Maciel Advogados Associados.

O escritório havia firmado uma “sociedade em conta de participação”, primeiro com Falcão Neto, e depois com Salomão. Esse tipo de contrato não é uma sociedade tradicional porque não tem personalidade jurídica e os integrantes não ficam conhecidos por terceiros. Ela é formada pelo sócio ostensivo, que é o dono da empresa, no caso a Maciel Advogados, e pelos sócios participativos.

O contrato também previa a divisão do lucro líquido entre os “sócios”. Pelo acordado, 57% do valor iria para Falcão Neto, 28% para Paulo Salomão e 15% para a Maciel Advogados.

Os advogados Paulo Salomão e Djaci Falcão Neto não se manifestaram. Pedro Palheiro afirmou que integra os quadros do escritório do sobrinho de Salomão desde 2014, antes de seu pai virar ministro. Segundo ele, devido a essa relação contratual, ele recebe os vencimentos mensais em sua conta. Sobre a delação no Rio, diz o advogado, a citação foi uma vingança pessoal do delator e o caso foi investigado e arquivado pelo Ministério Público.

Fonte: Crusoé, 17.10.2020 – https://crusoe.com.br/diario/quebra-de-sigilo-mostra-transacoes-entre-parentes-de-ministros-do-stj/

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