Redação

A nove dias para terminar o mandato, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi preso na manhã desta terça-feira (22/12). A ordem foi expedida pela desembargadora do Tribunal de Justiça fluminense Rosa Helena Penna Macedo Guita, com base em investigações da Polícia Civil e do Ministério Público estadual sobre um esquema conhecido como “QG da propina”, com corrupção dentro da prefeitura.

Em declarações à imprensa antes de entrar na delegacia fazendária, o prefeito se disse vítima de perseguição política. Além disso, afirmou que, em seu governo, combateu a corrupção.

O presidente da Câmara de Vereadores do Rio, Jorge Felippe (DEM), vai assumir interinamente a Prefeitura. A sucessão natural seria com o vice-prefeito, Mac Dowell, também eleito em 2016. Ele morreu dois anos depois, em maio de 2018.

Em nota, o MP afirmou que “em razão do sigilo decretado pela Justiça, não podem ser fornecidas outras informações”. Com isso, a decisão não foi divulgada.

O inquérito que levou à operação foi aberto em 2019 pelo MP após o doleiro Sérgio Mizrahy firmar acordo de colaboração premiada. Ele afirmou que há um “QG da propina” na Prefeitura do Rio, embora tenha dito não saber se Crivella integrava o suposto grupo.

De acordo com o delator, empresas que tinham interesse em celebrar contratos com o poder público entregavam cheques a Rafael Alves, irmão de Marcelo Alves, então presidente da Riotur — ele foi exonerado do cargo em 25 de março. Como contrapartida, ele intermediava os acordos e pagamentos.

Com base na delação de Mizrahy, o Ministério Público e a Polícia Civil cumpriram, em setembro, mandados de busca e apreensão na Prefeitura do Rio de Janeiro, na casa do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) e no Palácio da Cidade, onde ele trabalha. Na operação, agentes apreenderam um telefone celular do prefeito.


Fonte: ConJur