Redação

As grandes petroleiras internacionais provavelmente desprezarão os imensos leilões de petróleo do Brasil no próximo ano, exatamente como fizeram nas rodadas de licitação deste ano, porque projetos e perspectivas em todo o mundo estão competindo pelos gastos disciplinados de capital das principais empresas, disse o chefe da BP no Brasil em entrevista ao Valor Econômico.

Os ativos de outros países serão mais atraentes que os recursos do Brasil, disse Adriano Bastos, presidente da BP Energy Brasil.

As empresas de petróleo estrangeiras que ficaram longe dos dois leilões na semana passada não “voltarão no próximo ano”, mesmo que o Brasil adoce as ofertas para as empresas, segundo Bastos. Outros projetos no mundo entrarão nos portfólios das empresas, reduzindo a capacidade de gastos das grandes petroleiras para investir no Brasil, disse o gerente da BP.

A BP não fez lances nos leilões na semana passada porque precisava de mais negociações com a Petrobrás pelos investimentos que já realizou na camada de pré-sal na costa do Brasil, disse Bastos.

Na semana passada, os dois leilões de petróleo, que o Brasil esperava que resultassem em ofertas de grande sucesso e concorrência, terminaram em fracassos, com as grandes petroleiras afastando-se das ofertas, sugerindo que os enormes pagamentos antecipados e os complexos esquemas de royalties afastaram as empresas.

Comentando sobre este leilão, Marcelo de Assis, chefe da pesquisa da Wood Mackenzie na América Latina, disse:

“Vivemos em um mundo onde há foco na disciplina de capital e no valor, e não no volume. E com a transição energética no horizonte, não há apetite por um carnaval de petróleo a qualquer custo. ”

Original: https://oilprice.com/Latest-Energy-News/World-News/Why-Brazils-Oil-Auctions-Will-Fail-Again.html

Fonte: AEPET