Redação –
O ministro da Economia, Paulo Guedes, se envolveu em uma nova polêmica com os servidores públicos. Na última sexta-feira (15), ao falar sobre reajustes salariais ao funcionalismo público, o ministro pediu para que os servidores não assaltassem os cofres públicos. “É inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão, que usem a desculpa para saquear o Brasil”, afirmou Guedes. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) emitiu nota, nesta segunda (18), repudiando a fala do ministro.
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Paulo Guedes é contrário ao aumento de salário para médicos e policiais, que estão na linha de frente do combate à covid-19. “Nós queremos saber o que podemos fazer de sacrifício pelo Brasil nessa hora. E não o que o Brasil pode fazer por nós. E as medalhas são dadas após a guerra, não antes da guerra. Nossos heróis não são mercenários. Que história é essa de pedir aumento de salário porque um policial vai à rua exercer a sua função, ou porque um médico vai à rua exercer a sua função?”, questionou o ministro.
A Fenapef repudiou “veementemente” a fala do ministro Paulo Guedes. “O ministro da Economia comparou os servidores públicos a ‘assaltantes’ e disse que não irá pagar mais para que policiais ‘exerçam sua função’. Além disso, insinuou que os servidores públicos estão saqueando o País, fazendo exploração política e ‘subindo em cadáveres para fazer palanque’”, disse a entidade em nota.
Os policiais afirmaram que quem sobe em cadáveres é quem “se furta à responsabilidade de enfrentar a grave pandemia que nos atinge, jogando nas costas de quem está na linha de frente a responsabilidade por soluções que os gabinetes refrigerados não encontram”.
A postura de Guedes como ministro de Estado também foi alvo de críticas. “De um comandante, espera-se serenidade para enfrentar os problemas, não agressões repetidas. Já fomos chamados de parasitas. Agora, de assaltantes e saqueadores. Não aceitamos os adjetivos”, continuou a entidade.
Segundo a entidade, ataques à honra, à credibilidade e à dignidade dos servidores públicos não resolverão o problema de caixa do Governo Federal. “É uma solução fácil, mas indigna, vinda de alguém de quem a sociedade espera atitude de chefe de uma das Pastas mais importantes da Esplanada. Os brasileiros querem uma saída e não ataques gratuitos”, seguiu o comunicado.
Os policiais também reafirmaram que diariamente enfrentam bandidos e disseram recusar comparações a eles.
“A Fenapef apela pelo fim das agressões à categoria em nome do mercado financeiro e aguarda uma postura de gestor público, que reconhece a importância e mantém o respeito por todos que compõem sua equipe, os servidores públicos de todo o Brasil”, finalizou a nota.
Fonte: Congresso em Foco
MAZOLA
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