Redação

Desde a década de 1980, companhias viraram empresas financeiras.

Chevron, BP, Shell e Exxon e outras 20 petroleiras tiveram, nos primeiros 9 meses do ano, lucro total de US$ 174 bilhões, informa o jornal britânico The Guardian. O Governo Biden reclama que as companhias não aumentam a produção. Sem surpresas. Um especialista do setor de petróleo explicou à coluna que as grandes petroleiras há muito deixaram de ter na exploração e produção seu negócio central. Viraram empresas financeiras, controladas por grandes gestoras de fundos.

O movimento começou no final da década de 1970, início dos anos 80. Até esse período ainda vigorava, de alguma maneira, o preço dos contratos de petróleo, estabelecido pelas companhias. Mas a partir dos anos 80, isso mudou. Pouco a pouco, todas as companhias criaram empresas financeiras. A ELF (atual Total) criou na Suíça; a BP, em Londres; a Exxon escolheu Nova York. Sempre perto de alguma Bolsa. No começo, não era tanto para ganhar dinheiro, mas para poder participar da formação do preço.

Hoje, a ExxonMobil é praticamente controlado pela Vanguard. A Chevron tem o mesmo gestor como um dos principais acionistas, junto com State Street e Black Rock. A Shell ainda tem cerca de 1/3 do capital controlado pelo governo holandês, mas Black Rock e Capital são acionistas importantes. Perfurar deixou de ser o mais importante. Desde a década de 1980, o preço do petróleo vem subindo, com oscilações apenas em momentos de crise (virada para a década de 90 e em 2008).

Até a Petrobras abriu, na década de 80, uma empresa em Londres. Quando Ozires Silva entrou na estatal, em 1986, pediu para criar uma empresa em Londres. A única explicação para ter uma subsidiária na capital inglesa era atuar no mercado financeiro. E assim foi feito. Era uma equipe de umas 20 pessoas, que operavam 24 horas por dia, em turnos.

As empresas e ativos no exterior acabaram consolidados na PNBV – Petrobras Nederlands BV, que hoje está em processo de liquidação. Muitos ativos foram vendidos, e os poucos que restam foram para a diretoria internacional da estatal. A atual diretriz é encerrar a participação lá fora. “A Petrobras não quer criar competição nem no exterior. Está deixando tudo com as gestoras de ativos”, lamenta o especialista.

Fonte: Monitor Mercantil


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NOTA DO EDITOR: Quem conhece o professor Ricardo Cravo Albin, autor do recém lançado “Pandemia e Pandemônio” sabe bem que desde o ano passado ele vêm escrevendo dezenas de textos, todos publicados aqui na coluna, alertando para os riscos da desobediência civil e do insultuoso desprezo de multidões de pessoas a contrariar normas de higiene sanitária apregoadas com veemência por tantas autoridades responsáveis. Sabe também da máxima que apregoa: “entre a economia e uma vida, jamais deveria haver dúvida: a vida, sempre e sempre o ser humano, feito à imagem de Deus” (Daniel Mazola). Crédito: Iluska Lopes/Tribuna da Imprensa Livre.