Por Sérgio Vieira –
Portugal / Europa – Séc. XXI.
Amigos leitores,
Lá se vai mais um verão aqui pelo hemisfério norte, deixando aqui e ali as suas marcas. O verão de 2023 deixou atrás de si uma média de temperaturas nunca antes registradas. Aqui em Portugal os termômetros chegaram a incríveis 47ºC. Leram bem 47ºC ! Não foram só as temperaturas máximas, não. Tivemos o ano (segundo registros oficiais) mais seco de sempre. As barragens aqui em Portugal são responsáveis pelo fornecimento de água às populações. Essas mesmas barragens tiveram o seu nível caudal tão reduzido, que foram mesmo classificados como severos e/ou extremos, afetando todo o país, mas principalmente o Alentejo e o Algarve.
Com o fim do verão, somem os turistas. Turistas, esses, que conforme pude constatar neste tempo de estio aqui em Aveiro, eram de muitas nacionalidades, entre elas destacam-se : brasileiros (muitos mesmo !), espanhóis (aqui tão pertinho, a 200 Km), franceses, ingleses, orientais e etc…
De destacar, que Portugal historicamente falando, é um país de emigração (aos milhões), e recebe no início da alta temporada, até o seu rescaldo, a visita dos seus “filhos” espalhados por essa Europa afora, principalmente da França, Alemanha, Suíça e Luxemburgo. Vêm em grandes “máquinas” que desfilam orgulhosamente por Portugal inteiro, a mostrar para os “nativos” em como deu certo a sua escolha de vida nos países de acolhimento.
Aqui em Aveiro, não sofremos os efeitos do calor extremo. Temos uma temperatura sempre muito…diria, suportável, é isso. E também a presença (quer no verão ou inverno) de um ventinho marítimo que às vezes, confesso, chega a irritar.
No dia em que escrevo esta coluna, 30 de setembro, estamos perante uma despedida do verão, em grande estilo, com dias fantásticos de sol e temperaturas já não condizentes com a época do ano, porque afinal já entramos no outono.
E por falar nele, outono, que é o mote da minha coluna de hoje, não posso deixar de dizer o quanto aprecio esta estação, por mais que ela traga no “ventre” a despedida do verão e o prenúncio de dias de muito frio.
As cores outonais são fantásticas ! Verdadeiras obras-primas da natureza. É lindo ver as árvores com suas folhagens em tons pastéis, digno de registro em uma pintura feita pelos grandes mestres da arte.
Existe aqui em frente da minha varanda, uma árvore que “salvei” de um inverno mais rigoroso quando ainda era muito “menina”, e que ainda resiste. Ela é alvo da minha atenta apreciação o ano todo. Ela me indica infalivelmente as estações do ano segundo o tom da sua folhagem. Despida sem pudor durante os meses mais frios, vai se dando a conhecer na primavera com seus brotos a darem o início da nova vida, aparecendo em todo o seu esplendor no verão, até formar o ciclo natural de agora no outono ir soltando calmamente a sua “roupa”.
Com o outono, chega também o recolher de toda a passarada que se fez presente durante os meses mais quentes. Uns voam para destinos mais cálidos, outros simplesmente se recolhem à espera que o teimoso inverno vá embora para que mais um ciclo da vida se inicie.
Portugal, e a Europa toda, tem rigorosamente as estações do ano definidas pelo colorir das suas paisagens, o que não acontece (pelo menos no Rio de Janeiro) no Brasil, onde o sol e as altas temperaturas ditam uma só estação praticamente todo o ano.
Com o outono, vem também a tão mal amada “hora de inverno”. Por muitos, mesmo amaldiçoada. Uma hora de sono a mais, (nos primeiros dias é que sentimos) mas com ela, o encurtar das horas de claridade solar. Esse “fenômeno” das horas de inverno, sente-se ao chegar nos dias ao máximo às 17:00 hrs com alguma claridade. Depois a penumbra e o frio.
O Brasil, (acho) já adotou outrora esse sistema das horas de verão e inverno. Coisa que não acontece agora, pelo que posso constatar.
Confesso que ao chegar em Portugal, sentia o inverno de forma alegre e festiva, curtindo o que de bom ele trazia. Gastronomia mais pesada, bons vinhos à lareira, o aconchegar de um bom cachecol, um bom sobretudo e luvas. Ferramentas indispensáveis para encarar o frio. Mas também reconheço, que com o passar dos anos (e a idade chegando) vou aprendendo e tirando partido deste verão ameno, com boas caminhadas ao ar livre, uma chegada à praia, um vento no rosto quando pego na moto e desafio o sol morninho deste Portugal.
Meus caros vou ficando por aqui.
Amanhã, 04.10, parto para terras de Marrocos para uma expedição de 14 dias percorrendo alguns milhares de quilômetros entre cidades e deserto daquele país africano. Se houver motivo que justifique, prometo me debruçar sobre o PC e escrever alguma coisa sobre a experiência vivida.
Fiquem bem, e sejam felizes.
“Sei como voltar : as cores do meu outono desenham caminhos” – Yberê Libera
SÉRGIO VIEIRA – Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, representante e correspondente internacional em Aveiro, Portugal. Jornalista, bancário aposentado, radicado em Portugal desde 1986.
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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