Por Marcelo Vieira Martins –
Nenhum outro sistema produtivo criado pelo ser humano promove tanto a equidade como o cooperativismo.
Ao procurar no dicionário a palavra equidade, você encontra sinônimos como “igualdade, retidão, simetria, conformidade e imparcialidade”. É um conceito que reconhece o direito de cada indivíduo de acordo com a sua natureza própria, ao mesmo tempo que busca a equivalência para torná-lo da mesma importância dos demais. A equidade que o cooperativismo traz no seu DNA estabelece uma razão precisa entre sermos iguais e o respeito às diferenças das pessoas e seus momentos.
Quando as pessoas se unem espontaneamente em cooperativas de crédito, por exemplo, o segredo está no equilíbrio entre as diferentes necessidades de cada indivíduo, valorizando aquele que tem recursos para oferecer e aquele que necessita investimentos de terceiros. As cooperativas intermediam essa relação, sempre procurando a forma mais justa para todos.
Poderíamos enunciar essa fórmula da seguinte maneira:
Cooperado superavitário
+
Cooperado necessitando de investimento
–
Custo da intermediação financeira por uma cooperativa de crédito
+
Resultado financeiro dessa operação retornando 100% para ambos
=
Melhor resultado possível para uma sociedade
Ou seja, a cada investimento realizado em uma cooperativa de crédito, quando administrada com eficiência e responsabilidade, todos ganham e de forma plena aplicamos o princípio da equidade.
No cooperativismo, o resultado de cada exercício é transformado em sobras que retornam aos cooperados sob a forma de distribuição de acordo com a participação de cada um na cooperativa, fermentando o bolo da riqueza regional. Um levantamento da Organização das Cooperativas do Brasil mostra que os municípios com cooperativas exibem Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, superior aos demais. Em Santa Catarina, 98% das cidades têm cooperativas – é o estado mais cooperativista do Brasil.
Em um mundo que discute de modo intenso e polarizado o esgotamento das ideologias, o cooperativismo é uma alternativa à concentração de renda do capitalismo, pois uma cooperativa é de todos em quotas iguais, e também ao dilema da produtividade no socialismo, já que numa cooperativa o ganho é proporcional ao esforço de cada um. Não existe nenhum sistema produtivo mais próximo da meritocracia do que o cooperativismo.
Ou seja, estamos falando de equidade.
Fonte: Portal do Cooperativismo de Crédito.
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