Por Ralph Lichotti –
Quem não se lembra da épica guerra das Colas nos anos 80, onde a Coca-Cola e a Pepsi-Cola se digladiavam publicamente, sem nenhum pudor, e com isso batiam recordes em cima de recordes de vendas, chegando ao ponto de um consumidor que consumia 100 latas por ano, passar a consumir cerca de 400 latas por ano dos refrigerantes de cola.
Mal sabiam os consumidores da época, que as publicidades das gigantes da cola, eram recheadas de cores, fantasias, famílias felizes, casais apaixonados, jovens descolados, e escondiam os malefícios a que pode levar o consumo exagerado dos refrigerantes, que segundo estudos científicos está associado a cáries, diabetes, inflamação no estômago, aumento da pressão arterial, obesidade, problemas de pele e até câncer, independente de ser nas versões light ou diet. Só décadas depois das marcas de Cola se tornarem quase únicas no mundo, que foram descobrir o mal para a saúde que os refrigerantes de COLA trouxeram e ainda podem trazer.
O duelo BOLSONARO x GLOBO, tem causado efeito parecido ao da guerra das Colas nos anos 80; quanto mais o presidente Bolsonaro diz que vai acabar com a GLOBO, mais recordes de audiência a GLOBO tem, e a GLOBO ANUNCIA TER MELHOR AUDIÊNCIA DOS ÚLTIMOS 10 ANOS. Em contrapartida, quanto mais a Globo bate em BOLSONARO, mais ele cresce, e segundo últimas pesquisas de popularidade, A POPULARIDADE DE BOLSONARO É A MAIOR DESDE O INÍCIO DO MANDATO.
Os brasileiros se tornaram a nação mais conectada e engajada nas redes sociais do mundo, chegando a passar 12 horas por dia na internet, o dobro do segundo lugar, ocupado pelos Estados Unidos, e notícias de política, principalmente sobre Bolsonaro, são os temas mais comentados e procurados na internet e redes Sociais.
A guerra BOLSONARO x GLOBO tem pautado toda a mídia do Brasil, e estão entre os assuntos mais procurados conforme o ranking da Google, mas quais serão os males que essa polarização esconde, e qual o efeito colateral esse conflito BOLSONARO x GLOBO pode trazer a democracia brasileira?
Alguns malefícios já diagnosticamos, sem precisar esperar uma década: a viralização do ódio e das Fake News que assombra e dividiu o país, e a evidente confusão entre o que é informação, opinião e conhecimento.
Certo é que tanto BOLSONARO como a GLOBO, data vênia, precisam de aulas de etiqueta, e não de porrada na boca ou de guerra de vaidades – se os R$ 89 mil tivessem sido depositados na conta do repórter, a Globo iria expor o Fabrício Queiroz? – pois os dois tem papeis constitucionais neste país, e representam o Brasil cada qual com sua missão e não como uma garrafa de refrigerante, data máxima vênia, TÁ OKAY.
RALPH LICHOTTI – Advogado, Jornalista, Diretor do Jornal O Fluminense e Secretário-geral da Associação Nacional e Internacional de Imprensa (ANI).
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