Por Francisco Anéas

Não sou contra o capitalismo do português da padaria, e nem contra quem vive da renda de um aluguel. Eu sou contra o grande capital, mais precisamente contra o grande capital apátrida. O detentor de um grande capital concorre, na sociedade e no mercado, em condição de vantagem sobre com quem tem muito pouco ou não tem nenhum capital. Os muito ricos destroem os pobres, os mais fortes matam os fragilizados se não houver a intervenção do Estado.

O capitalismo é o sistema que mais cria riqueza para a sociedade. Nele os mais fortes e capacitados são livres e tem o caminho livre para crescer e progredir. O capitalismo como um todo faz bem para a sociedade. O defeito do capitalismo é a concentração de renda e patrimônio. Os muito ricos concentram tanto poder econômico que passam a comprar os políticos para fazerem regras na sociedade para favorece-los, distorcendo a democracia. Eles tem muito mais riqueza que o necessário para sobreviver, o que eles querem é o poder político.

Para corrigir a concentração de renda e patrimônio criada pelo capitalismo, o Estado deve cobrar impostos sobre o patrimônio e herança, além do imposto de renda. Pois a cobrança de impostos exclusivamente sobre o consumo onera ainda mais os fragilizados e favorece os muito fortes, os ricos.

O grande inimigo do Estado Brasileiro e do seu povo são os rentistas, aqueles que vivem do juro e da renda do capital deles. A maior parte do dinheiro arrecadado com os impostos pelo Estado vai para pagar o serviço da dívida pública com os bancos privados, e não vai para investimentos e políticas públicas. O Estado fica a serviço dos banqueiros, quando o correto é ficar a serviço do seu povo. O Estado cobra impostos da sociedade para dar ainda mais dinheiro para os banqueiros apátridas. Devemos taxar o capital dos bancos privados para que estes não tenham um poder sem controle sobre a sociedade.

O Estado deve cobrar um imposto sobre grandes fortunas de todas as pessoas físicas que possuam um patrimônio elevado, muito acima de suas necessidades. Sejam eles banqueiros ou proprietários de qualquer organização. O objetivo é de só taxar os muito ricos, em torno de 0,1 % da população com maior patrimônio. O valor do patrimônio a partir do qual a pessoa física deve ser taxada pode ser encontrado na declaração anual do imposto de renda pessoa física. O valor do imposto anual sobre o patrimônio deve ser de 3% ao ano, cobrado pela Receita Federal junto com o Imposto de Renda. O imposto sobre grandes fortunas deve ser um imposto federal.

O imposto sobre grandes fortunas é um imposto fácil de ser cobrado, o Estado pode usar a estrutura da Receita Federal. Não atinge e nem onera 99,9% da sociedade. É um imposto que tira poder econômico dos muito ricos para dar políticas públicas aos fragilizados. Cabe a classe política dar continuidade a esta ideia sem considerar o financiamento de campanha que recebe dos muito ricos. Já está previsto na Constituição Federal.


Opinião do leitor Francisco Anéas.

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