Por Pedro do Coutto

Numa entrevista na portaria do Palácio da Alvorada o Presidente Bolsonaro classificou de marginais e terroristas os integrantes dos grupos antifascistas que têm realizado protestos contra seu governo. Reportagem de Daniel Carvalho destaca o assunto, na Folha de São Paulo desta quinta-feira. Ao lado de sua matéria Felipe Zanini e Joelmir Tavares apresentam reportagem acompanhada de foto de manifestantes portando facha em defesa da democracia.

Referindo-se aos grupos, Bolsonaro disse que esses protestos contra seu governo começam a aparecer em confronto com as manifestações dominicais a seu favor aqui em Brasília.” Marginais e terroristas têm ameaçado aos domingos as manifestações que me são favoráveis”, declarou.

SEM CONVOCAÇÃO – Acrescentou que não tem influência nos grupos que lhe são favoráveis. “Nunca convoquei pessoas para irem às ruas, embora agradeça a presença” afirmou. Em seguida, referindo-se aos contrários a ele, disse que não se pode admitir que o Brasil se transforme no que foi o Chile há pouco tempo.

Na minha opinião, Bolsonaro alçou voo para pousar no absurdo. Os que vão às ruas para defender a Democracia e criticar seu governo não são marginais, tampouco terroristas. Apresentam-se como antifascistas. O que é uma coisa completamente diferente.

O Fascismo italiano e o Nazismo alemão são nuvens negras do passado que ocuparam a Itália de 1939 a 1944 causaram a Segunda Guerra Mundial, com a morte de 50 milhões de pessoas.

OS PARTIZANS – Surgiram lá na Itália grupos de resistência à ditadura, tendo à frente os Partizans, como eram chamados os que lutavam contra a ocupação. Havia comunistas nos sindicatos e também nos Partizans. É verdade que o movimento foi iniciado em 1941 depois da invasão nazista contra a URSS, hoje Rússia.

O mesmo aconteceu na França, ocupada desde 1940 pela Alemanha de Hitler. Na França o movimento idêntico ao da Itália tinha o nome de Maquis. Era apoiado em sindicatos é inegável que tinha participação de comunistas.

Os dois movimentos – Patizans e Maquis – encontraram-se na história universal como um esforço para conter a cruel ditadura alemã.  Merecem reconhecimento os que deram seu sangue nessa luta heroica. A França foi libertada em 1944. A Itália, a partir também do mesmo ano. Foi trágico o destino de Hitler e Mussolini.

PELA DEMOCRACIA – Voltando ao Brasil deve se destacar os movimentos de rua hoje como uma campanha pela Democracia, uma vez que o movimento é contra a volta daqueles que exatamente propõe um fechamento do Congresso e do STF.

Paralelamente, há um movimento de consciência democrática. É melhor que isso se verifique. E não se verifique mais a nomeação de personagens corruptos como Alexandre Cabral, indicado pelo PL de Valdemar Costa Neto, e que ficou um dia no cargo de presidente do Banco do Nordeste.


*Pedro do Coutto é jornalista / Enviado por Raimundo Alves Braga – Teresópolis (RJ)