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O Negro em busca da Liberdade
Zumbi dos Palmares, líder quilombola brasileiro, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior dos quilombos do período colonial. Zumbi nasceu na então Capitania de Pernambuco, em região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado de Alagoas. (Divulgação)
Colunistas, DIREITOS HUMANOS, Memória

O Negro em busca da Liberdade

Por Cacau de Brito

Novembro é o mês da Consciência Negra.

A data homenageia e relembra as raízes do povo afro-brasileiro. Nos anos 70, um grupo de jovens negros decidiu procurar mais sobre a história dos antepassados e questionar a legitimidade da Lei Áurea, como referência de celebração do povo negro. A Lei, assinada pela princesa Isabel, em 1888, não garantiu apoio do governo e assistência social para os ex-escravizados.

Assim, os jovens sugeriram a data da morte do Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, e um dos personagens principais da luta pela liberdade do povo negro. Zumbi foi morto no dia 20 de novembro de 1695.

O dia é especial e faz uma reflexão sobre os direitos já alcançados do povo negro, mas também a luta contra a discriminação racial que ainda ocorre na nossa sociedade. Ao longo da nossa história o povo africano influenciou muito a cultura, culinária, religião, entre outras coisas no Brasil.

Bandeirantes paulistas destruíram o Quilombo dos Palmares e mataram Zumbi. “A Guerra dos Palmares”, óleo de Manuel Vítor, 1955. (Reprodução)

Apesar de um grande avanço desde a abolição da escravidão até os dias de hoje, pessoas negras sofrem com a grande desigualdade social, econômica e também política no Brasil.

Salários menores, violência, desemprego e desrespeito, são coisas que ainda estão presentes e alimentam o preconceito racial.

De acordo com o IBGE, em pesquisa feita em 2019, pretos e pardos somavam cerca de 64% da população desocupada e 66% da população subutilizada; tinham o rendimento médio um pouco superior à metade do que os brancos recebem, e também quase 2,7 vezes mais chances de serem vítimas de homicídio intencional do que uma pessoa branca.

Na política, a desigualdade também impera. Das 1.626 vagas disputadas em 2018, somente 444 candidatos se declararam pretos ou pardos. Sendo que a população negra no brasil corresponde a 56% do total de brasileiros.

Precisamos continuar lutando contra o preconceito racial e a desigualdade que ainda está muito presente na nossa sociedade.

Além disso, é necessário continuar a celebrar os antepassados e celebrar a história e cultura do povo afro-brasileiro.

CACAU DE BRITO é advogado, escritor, membro da Igreja Batista do Recreio e do Conselho Consultivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Reconhecido por sua atuação em defesa dos direitos fundamentais e militância na área dos Direitos Humanos. Foi diretor e coordenador-geral do Procon-RJ, assessor na Secretaria Municipal de Trabalho e Renda – SMTE, no Rio de Janeiro e chefe de gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – ALERJ, em duas legislaturas. Fundador da Associação dos Advogados Evangélicos do Rio de Janeiro. Colaborador do Projeto Cristolândia, um programa permanente de prevenção, recuperação e assistência a dependentes químicos e codependentes, dirigido pela Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira. Fundador e coordenador do Movimento O Rio pede paz e do Fórum da Cidadania do Rio de Janeiro.


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