Por André Márcio Neves Soares

O verdadeiro monstro ainda hiberna!

Não fez mais do que permitir que suas crias mais recentes se esparramassem no seio da sociedade contemporânea.

Ele dorme. Espera tranquilo pelas catástrofes sociais que se avizinham. De vez em quando boceja. Abre lentamente o olho para assegurar-se do local em que permanece. Continua à espreita, calado. Não precisa mais uma vez agigantar-se como das outras vezes.

O caldo fervente da incapacidade ética da nossa sociedade será suficiente para o seu despertar triunfal!

Nos breves momentos de lucidez imagina a cena: primeiro os calçados; depois a vestimenta solenemente engomada, o que pensa assegurará um tom visceral e de pronto respeito; o semblante severo e penetrante incutirá medo nos opositores. Essa cena já foi rememorada centenas, milhares de vezes de soslaio perto do espelho. Não tem erro.

Qualquer país erguido sem o sacrifício de todos não merece essa nomenclatura, é apenas um punhado de pessoas egoístas.

Tanto é assim que todos conhecem sua moradia, e nem nos momentos de maiores comemorações cívicas foi importunado. Todos sabem que, mais dia menos dia precisarão dele.

Como conhece um pouco de história, sabe que ele sempre foi temido e reverenciado desde os tempos idos. Sua atuação desenfreada, inclemente e definitiva mostrou a todos sua força, quando foi requisitada.

A era dos muitos jamais acabará, pelo simples fato de que sem ele não há revolução.

Ele é o povo!

André Márcio Neves Soares é mestre e doutorando em Políticas Sociais e Cidadania pela Universidade Católica do Salvador – UCSAL, e integrante do Núcleo de Estudos sobre Educação e Direitos Humanos (NEDH).

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