Por Bolivar Meirelles

O excessivo uso de mortes, comando de matança, não caracteriza o bom comandante.

Sun Tzu em “A Arte da Guerra” disse sobre a habilidade dos Generais: “Ele conhece a arte de humilhar os seus inimigos sem travar batalhas. Sem derramar uma gota de sangue, sem mesmo desembainhar a espada, consegue tomar as cidades”.

A Coluna Invicta, rompido o cerco no Rio Grande do Sul, sob o comando do Capitão Luiz Carlos Prestes, vai de encontro com as tropas comandadas pelo Major Miguel Costa, tropas remanescentes das insurgentes, em São Paulo, no segundo 5 de julho em 1926, sob o comando, do General Izidoro Dias Lopes. A união das tropas insurretas teve como cérebro, o Capitão Luiz Carlos Prestes, seu Chefe de Estado Maior. Grande manobra de retirada. Tropas oficiais que a perseguiram, ficaram “a ver navios”. Poucas baixas, poucas mortes, insignificantes perdas. Quer nas tropas insurgentes quer nas perseguidoras tropas legalistas. Grande manobra de retirada. Ir e vir pelo interior brasileiro, desenhos de laços. Poucas mortes, poucas baixas. Existem técnicas e artes que, nem todos conseguem assimilar. Por mais que tirem cursos nem todos, ou quase todos, conseguem domina-las. Luiz Carlos Prestes e Simon Bolívar não surgem a “mãos cheias”, são raros. Nem todo General é um Napoleão Bonaparte.

Provavelmente o General de Quatro Estrelas, General de Exército Reformado Heleno, não é um desses “gênios da arte”. Golpista no nascedouro, foi ajudante de ordens do ridículo General Frota, Ministro da Guerra do ditador General Geisel. Este seguindo a estratégia do General Golberi do Couto e Silva, cognominado “bruxo”, não correspondeu aos desejos de seu Ministro da Guerra que desejava eternizar a ditadura dos Governos Militares. Geisel prendeu o impertinente Frota. Vem, na vida o General Heleno, tentando fazer o mesmo que seu modelo, General Frota, lhe ensinou. Ser um golpista permanente.

Agora, o assunto não é bem esse. É porque o General Heleno foi afastado do comando das tropas no Haiti? Será que cumpriu as Artes da Guerra? Provavelmente não.

Fato é que a competência do General Heleno foi colocada em dúvida quando em operações militares efetivadas em regiões populares naquele país. Fácil é trucidar quando se tem tropas assimétricas positivas a seu serviço. Difícil é conquistar com arte.

Hoje, o General Heleno envolvido em dúvidas de lisura, além de competência nas funções de Ministro desse fascistoide Presidente Capitão Jair Bolsonaro. Junto com seu subordinado Delegado Ramagem, delegado este que tem pouco tempo, Bolsonaro queria colocar a frente da Polícia Federal para proteger seu filho Senador Flávio de processos. General Heleno metido em outro problema. O General Heleno por onde passa deixa mal rastro. Quando envolvido com gestão esportiva a fim de melhorar suas finanças, deu problema.

Agora, General Heleno, função de jornalista é pesquisar e informar.

Não queira, General Heleno, discutir a lisura e a competência de um dos maiores jornalistas políticos de todos os tempos, Jânio de Freitas. Claro que, General Heleno, o projétil que tenta lançar contra ele, agirá como um bumerangue que voltará contra sua cabeça.


BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina e Colunista do Caminhando Jornal TV (TVC-Rio).