Por Iata Anderson –

A pouco menos de um ano para a Copa do Mundo, assusta ver o comportamento dos jogadores brasileiros, em todos os sentidos.

Inaceitável, antes, durante e depois dos jogos. Antes, durante o hino e o minuto de silêncio, homenagem aos mortos por Covid. Um lixo, total falta de respeito, um, Diego Costa, chegou a dar um tchauzinho para a arquibancada. Bola rolando e os 22 jogadores com um só objetivo, desestabilizar o árbitro, tomar conta do jogo, fazer bagunça. Fora um descuido em batida de corner, quando interrompeu um lance do Galo, Bruno Arleu de Araújo foi bem. A educação é que vai de mal a pior. O Galo botou as duas mãos na taça, só falta levantar, deixar cair papeis picados e fazer a foto da tríplice coroa. O time de Cuca está voando em campo, sobrando mesmo. É bom ver um trabalho bem feito dando certo. Boas contratações, grupo unido e motivado, fica mais fácil, além de toda estrutura organizada pelo clube. Jogo é jogado, eu sei, mas não tenho nenhum constrangimento em dizer que a volta olímpica será mesmo na próxima quarta-feira, em Curitiba. Mais uma. Muito justa a escolha de Hulk como melhor jogador. O conterrâneo está em grande forma, tem jeito de quem se cuida e esbanjou preparo físico, do começo ao fim.

Sabe muito bem como unir força e técnica.

Esperei a semana inteira para ver o derby de Madrid, clássico importantíssimo que poderia levar os de Ancelotti a disparar na liderança da Liga, antes de terminar o primeiro turno. Ligo a TV e fico vendo o Betis golear a Real Sociedad por 4×0, jogo em Sevilha. Não queria secar, mas passar o tempo. O narrador anunciou umas dez vezes em meia hora, que o HBO Max passaria o jogo do Real, logo em seguida. Não passou, nem deu satisfação ao assinante. Por telefone disseram que os direitos de transmissão são da ESPN, que, chamada, nada respondeu, nem isso. Não sei o resultado, agora, vou esperar o VT a uma hora da madrugada.

É assim que tratam o assinante.

Acordo cedo domingo, coisa rara, para comemorar o octacampeonato de Lewis Hamilton, sobrando na turma. Passeou na pista, título no bolso, até a batida (acidente mesmo) de Nicholas Lafite, safety car na pista, manobras daqui e dali, até a relargada, o inglês, que tinha 16 segundos à frente de Verstappen, larga lado a lado, perde a corrida e o título. Que regulamento é esse, foi feito pelos “velhinhos da Fifa”, pensei. Poderia ter sido uma manobra, como a de Piquet que deu o título a Alonso ? Dizem que não, hoje há como provar isso. Não engulo essa ideia nem o tal regulamento que beneficia quem está perdendo, mesmo não sendo o causador da parada. Um absurdo, penso, enquanto lamento a derrota de Hamilton, de quem sou muito fã.

Verstappen é o primeiro holandês a ganhar o campeonato de pilotos na fórmula 1.

Para não deixar passar em branco, vou dar um pitaco sobre a seleção do campeonato brasileiro, feita pela CBF, envolvendo, sempre foi assim, alguns interesses. Difícil fugir da maioria, ou fica deselegante, mas é preciso atender patrocinadores, mídia e outros interesses. No meu time, apenas observando o que vi em campo, nada mais, não entrariam Pikachu, Edenilson e Jair e incluiria o ponta Artur, do Bragantino (foto abaixo), sem dúvida um dos destaques do campeonato. Fez 12 gols, inclusive o que classificou o Bragantino para permanecer na série A, já nos acréscimos. Digo isso porque uma vez – quando trabalhava num importante jornal esportivo – fui chamado pelo editor para tirar um jogador, não lembro quem, e incluir um do Flamengo, para atender a grande torcida, compradora do tal jornal.

Nunca mais participei de “seleções do ano”. Faço assim, sem compromisso, somente para manter a tradição.

Vasco e Cruzeiro não “passaram de ano” como a gente dizia nos tempos de colégio, quando um colega era reprovado. Isso, os dois foram reprovados. O que se fala é da falta de estrutura atual, nada a ver com história e instituição, ambos intocáveis. O passado recente do Vasco todos conhecemos. Não sei como anda o Cruzeiro, mas por aqui a gente acompanhou bem perto, os desmandos de diretorias que se perpetuaram por quase três décadas. O resultado está aí, a conta chegou, com juros e correção. Foram quatro rebaixamentos e uma “reprovação”, muita humilhação para quem sempre se posicionou entre os gigantes do futebol carioca, brasileiro e mundial. Difícil digerir, mas meus amigos vascaínos não escondem e decepção pelo que estão vendo nos últimos anos.

A farra com champanhe e charuto deu nisso.

IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.


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NOTA DO EDITOR: Quem conhece o professor Ricardo Cravo Albin, autor do recém lançado “Pandemia e Pandemônio” sabe bem que desde o ano passado ele vêm escrevendo dezenas de textos, todos publicados aqui na coluna, alertando para os riscos da desobediência civil e do insultuoso desprezo de multidões de pessoas a contrariar normas de higiene sanitária apregoadas com veemência por tantas autoridades responsáveis. Sabe também da máxima que apregoa: “entre a economia e uma vida, jamais deveria haver dúvida: a vida, sempre e sempre o ser humano, feito à imagem de Deus” (Daniel Mazola). Crédito: Iluska Lopes/Tribuna da Imprensa Livre.