Por Sérgio Cabral Filho –
O metrô do Rio foi inaugurado em 1979, com menos de 5 km. Hoje conta com 56 km, sendo o segundo do Brasil em extensão, atrás do metrô de São Paulo, com pouco mais de 100 km.
Pude, ao longo dos meus dois mandatos, ampliar a malha metroviária. Dobramos a extensão subterrânea, fizemos a Linha 4, a Linha 1A, e concluímos estações, cujas obras estavam paradas há décadas.
As grandes cidades brasileiras estão estressadas. Seus moradores gastam horas preciosas no deslocamento vagaroso e poluente para ir ao trabalho ou para curtir um lazer com a família.
A malha metroviária brasileira é pífia. Somente a cidade de Xangai, na China, tem uma extensão metroviária maior que toda a malha brasileira. São mais de 700 km de metrô.
Metrô, principalmente o subterrâneo, é sinônimo de meio ambiente preservado, respeito à urbanização da cidade e, sobretudo, mobilidade mais rápida e segura para a população.
O metrô é grande indutor do crescimento da cidade. O mercado imobiliário e de serviços buscam se situar em locais de fácil acesso. Ele permite que as pessoas possam gastar menos tempo no deslocamento diário para trabalhar ou ter lazer com sua família.
Mas não há um pacto federativo de ampliação da malha metroviária brasileira. Sua ampliação vai ao sabor dos governos estaduais que, dependendo da capacidade de gestão do governante, expande ou não a rede.
Não há um projeto que envolva os governos federal, estadual e municipal. Não há um programa de financiamento consolidado que abarque o BNDES juntamente com bancos internacionais de fomento. Banco Mundial, Banco Interamericano, Banco dos Brics, etc.
O BNDES tem financiado os governos estaduais ao sabor da capacidade fiscal de cada ente federativo. E foi importante no que já conquistamos, seus quadros vibram com a expansão do metrô.
Entretanto, falta um plano nacional metroviário. Que envolva os três níveis de poder e a sociedade brasileira.
Quem viaja ao exterior e usa o metrô em cidades desenvolvidas sabe a diferença que faz na qualidade de vida dos habitantes e visitantes.
Impressionou-me muito a postura de uma senhora ipanemense do andar de cima (licença ao mestre Gaspari), que se dizia representante dos moradores do bairro, ao pedir que “as estações de Ipanema, General Osório e Nossa Senhora da Paz não funcionassem nos finais de semana, para evitar muita gente da periferia”. Pedi que esse apelo fosse feito publicamente, mas ela não teve coragem…
A agenda ambiental e urbana demanda urgente um projeto nacional de ampliação da rede metroviária brasileira.
SÉRGIO CABRAL FILHO – Jornalista e Consultor Político da Tribuna da Imprensa Livre.
Instagram @sergiocabral_filho
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