Redação

Após diversas manobras do governo Bolsonaro, o Auxílio Emergencial que chega agora aos brasileiros que estão sem renda e passando fome, diferente do que gostaria a oposição, não vai ajudar de forma significativa como no ano passado. O valor será pago em quatro parcelas mensais e poderá ser prorrogado por ato do governo federal, desde que haja “disponibilidade orçamentária e financeira”.

Além da redução do valor para R$ 250, quando a cesta-básica nas principais capitais brasileiras está acima dos R$ 600, o governo federal definiu que somente uma pessoa por família poderá recebê-lo. Em 2020 duas pessoas por família tinham direito.

Outra mudança drástica é que neste ano a mulher provedora de família monoparental terá acesso, mensalmente, a R$ 375 em vez de duas cotas, que no começo do benefício totalizava R$ 1.200. Também foi incluída a categoria de família unipessoal, para a qual o valor do benefício será de R$ 150 mensais.

Segundo o Dieese, “o grande número de pessoas que precisou desta proteção está diretamente ligado às escolhas econômicas e políticas dos últimos anos: baixo crescimento, forte desregulamentação dos direitos trabalhistas, redução dos serviços públicos e desestruturação do mercado de trabalho e de políticas de transferência de renda em nome de medidas neoliberais.”

O coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, analisou que a situação dos brasileiros só tem piorado com a falta de combate da pandemia e os retrocessos nas políticas públicas.

“O governo deixou os preços aumentarem e diminuiu o valor do auxílio. É bem a cara dele deixar o povo morrer de fome.”

“Esse governo nunca disse que veio para ajudar o povo, ele veio pra tirar direitos da classe trabalhadora, veio pra deixar o povo mais pobre passando fome. A pandemia só acelerou o que ele queria fazer”, avaliou.

Como dividir “tanto” dinheiro

O estudo do Dieese apresenta uma tabela detalhada do que é possível comprar com o valor diariamente para uma família de quatro pessoas (confira ao lado).

De acordo com o levantamento, a família poderá dividir meio bife, menos de meio copo de leite, uma concha e meia de feijão, três colheres de arroz, meia batata, um tomate e um pão e meio. Para o cafezinho, terão que fazer milagre e dividir menos de meia xícara. Caso continuem com fome, ainda restará uma banana.

“O auxílio infelizmente demorou muito, era para ter saído em janeiro e chegou só agora em abril, um dinheiro que não atende ao mínimo que um ser humano precisa para sobreviver”, reiterou.

“Isso sem contar os gastos básicos para sobrevivência, água, luz, gás, aluguel. As contas não param de chegar.”

Campanha de arrecadação de alimentos

A campanha de arrecadação de alimentos e produtos de limpeza promovida pelo Sindicato foi intensificada nas fábricas. Para saber como doar, procure o seu CSE. No próximo dia 17, haverá um drive thru solidário na Sede, onde será possível fazer a doação com toda segurança sem sair do carro.

“Vamos continuar na luta com o nosso drive thru solidário, como foi no início da pandemia, para tentar diminuir um pouco a fome das pessoas. Vamos tentando ajudar o máximo possível de pessoas.

“Pedimos a todos que puderem, que participem. Como temos dito ninguém é feliz com fome”, chamou.


Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e DIEESE