Por Alcyr Cavalcanti

O mundo chora a perda de um gênio do futebol, em Buenos Aires e Nápoles multidões saem às ruas para prantear seu ídolo.

“O mais humano de todos os deuses”, escreveu Eduardo Galeano.

Morre aos 60 anos o mago da pelota, um deus do futebol, Diego Armando Maradona deixando o Mundo do Futebol ainda mais triste em um ano que o esporte das multidões se vê obrigado a disputar suas partidas sem público, sem a multidão de apaixonados a gritar, a chorar pelos seus ídolos.

Maradona e Pelé (AFP)

Seu coração não resistiu a tantas emoções em uma vida intensa, onde teve as maiores glórias como em sua temporada no Nápoles e principalmente pela vitória da seleção argentina em 1986, onde Don Diego ganhou a Copa, pode-se dizer quase sozinho, mas com a ajuda da mão de Deus.

Maradona idolatrava a bola, e a bola correspondia a essa imensa paixão e ficava como que presa, fascinada pelas chuteiras do gênio.

Tive a felicidade de me deliciar com suas jogadas inigualáveis e registrá-las em minha possante Nikon, tanto na Copa América em 1989 em pleno Maracanã, quanto na Copa da Itália em Torino no “Stadio Delle Alpi” naquele dia de São João em que Dieguito depois de passar pela nossa defesa, mesmo caído, deixa Caniggia na cara do gol, para eliminar a  seleção brasileira.

Na Copa América, jogo Argentina x Uruguai, Maradona estava contundido, a se poupar nitidamente, mas gênio é imprevisível, do meio do campo ele vê o goleiro uruguaio adiantado, ajeita a bola e calculadamente encobre o goleiro. Mas, por capricho dos deuses do futebol ela explode no travessão. O Maracanã em peso passa a aplaudir…


ALCYR CAVALCANTI – Fotógrafo, jornalista, professor universitário, ex-presidente da ARFOC, ex-secretário da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, Última Hora e o jornal O Dia.