Por Miranda Sá

No meu último comentário, escrevi sobre a mesa verde da política e o pif-paf jogado por Lula e Bolsonaro diante de torcidas fanáticas, reforçando a polarização eleitoral entre os dois. Falei dos viciados no baralho como um jogo de azar que adotam, defendem e divulgam, trunfando pela divisão nacional entre os extremismos.

Pela visão dialética, leva-nos ao Yin-Yang, colocando Bolsonaro e Lula, dois mentirosos, um de frente para o outro jogando a Morra chinesa. Lembram-se o que isto?

O jogo consiste em postar dois jogadores, cara-a-cara, escondendo a mão destra nas costas, para apresentar o punho fechado representando a “Pedra”, ou espalmando a mãos significando “Papel”, ou apresentando os dedos indicador e médio em V, como “Tesoura”.

Os resultados de cada rodada individual mostram que a tesoura ganha do papel, porque o corta; mas perde para a pedra, porque se quebra tentando cortá-la; e a pedra é derrotada pelo papel que a envolve.

A simbologia desta contenda expõe a realidade acima do discurso demagógico e populista feito pelos extremistas da falsa direita e da falsa esquerda. Diante desta situação vê-se o quanto os políticos mentem; sendo que os dois bonzos mentem desmesuradamente, cortando a verdade com a tesoura. envolvendo a ética com o papel e quebrando a vidraça da Democracia.

Psicanalistas e Psicólogos concluem que pessoas mentem para alcançar algum objetivo, mas a mentira patológica do mitômano é neurótica. Bolsonaro e Lula são exemplos de mitômanos, mentem por mentir, mesmo sem propósito.

Lula sai agora tentando impor o ludibrio para alcançar a “reparação” da impichada Dilma, cujo governo – é inegável – nadou nas raias da delinquência e da fraude. Do outro lado, os Bolsonaro – sociopatas parentais – agem com uma falsidade inaudita para esconder a corrupção no governo familiocrata que exerceram, e mostram agora sua falsidade brilhando no lusco-fusco das joias árabes….

Não é difícil ver neste palco onde os mentirosos protagonizam uma representação real, bem acima da ficção, como a que assistimos no filme “E se Fosse Verdade”, uma fantasia cinematográfica que contei outro dia. E vou repetir, resumindo:

Os artistas, Reese Witherspoon no papel de Elizabeth, Mark Ruffalo como David e Donal Logue, como Jack, vivem uma situação em que Beth, uma médica que está em coma induzida, cujo espírito aparece a David, possuidor de dons mediúnicos.

Cena do filme “E se Fosse Verdade”. (Foto: Divulgação)

Apaixonando-se por ela, David tenta convencer o amigo Jack a salvá-la, pois teria no hospital os aparelhos de sobrevivência desligados. Jack duvida que seja verdade a existência fantasmagórica de Beth; então e David pede-lhe para fazer nas costas a representação das marcas simbólicas da Morra, papel, pedra e tesoura. Jack o faz, e Beth, atrás, dá a dica para David que acerta tudo, até uma pornomímica final e assim empolga o amigo para perseguir o final feliz….

Fora da telinha da Netflix, o jogo de Morra também entrou na polarização política mostrando como os extremistas mentem inescrupulosamente, usando a camuflagem dos camaleões mostrando-se verdes ou vermelhos para fingir fraudulentamente uma posição ideológica.

Estão ainda convencendo muitos; mas, espíritos me mordam, não será para sempre!

MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br

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