Redação

CMSB e COMAB – Nota conjunta:

As Obediências Maçônicas (Grandes Lojas e Grandes Orientes Estaduais) Confederadas à CMSB e COMAB, percebendo a intensa repercussão nacional dos movimentos sociais e políticos, pertinentes a “mobilização” popular, marcada para o dia 15 de março de 2020, orientam a todos os Irmãos a adotar cautela frente às diversas intenções e reivindicações do evento.

A Maçonaria universal e secular vem ao longo dos anos exercendo seu papel de transformação e equilíbrio na sociedade, para que todos alcancem a felicidade. Destarte, ela, enquanto instituição, não pode e não deve se submeter a nenhuma ordem política partidária ou de governo, ou atos que possam implicar na sua desmoralização e perda de credibilidade. A Maçonaria não pode ser instrumentalizada.

Enquanto parte integrante da Sublime Ordem, as Potências das Grandes Lojas e dos Grandes Orientes Independentes, institucionalmente não organizam e nem participam de eventos que possam ser questionados como passíveis de ferir os conceitos democráticos. Em todos os momentos mister se faz a prudência, a sobriedade e a serenidade.

No nosso país as instituições democráticas estão plenamente ativas. Existe um sistema de regras, fiscalização e limites à disposição de todos; existe a liberdade de julgar, criticar e expressar; existe a possibilidade de se organizar, se reunir e se mobilizar contra os desmandos e malfeitos.

Logo, é na democracia que aprendemos a conviver com as oposições e antagonismos. É onde se respeita os pensamentos, as crenças diferentes e a diversidade. Tais instrumentos devem ser acionados por qualquer cidadão ou grupo associativo, pelas vias legais e normais, alertando a sociedade sobre riscos e perigos, sem, no entanto, defender a eliminação de Poderes Democráticos da República, tão duramente instituídos pelos brasileiros que antecederam as gerações atuais.

Somos uma instituição cuja liberdade é uma das suas tríades – jamais opressora, por isso não admitimos a ditadura, a tirania, os regimes absolutistas, os preconceitos…

Não convivemos com corruptos ou conspiradores. Evento como as mobilizações de rua, com o chamamento da população para ficar atenta aos desdobramentos políticos e econômicos são extremamente positivos e demonstram uma sociedade vigilante e participativa, contudo, tal posicionamento deve se dar espontânea e individualmente.

“Não consigo mudar o mundo, nem é esta minha pretensão. Utilizo-me da liberdade Republicana Democrática para indignar-me quando necessário.”(Gil Nunes)

Portanto, cada maçom é um cidadão livre que pode e deve atuar segundo suas convicções, preservando o necessário equilíbrio e discernimento, afim de que se busquem soluções para toda a sociedade, sem fomentar quaisquer dissensões ou divergências que possam levar a divisionismos em geral.

A Maçonaria, em voz única, deixa claro que está ciente das suas responsabilidades, está alerta a todos os movimentos políticos, sociais e de mobilização, se posicionando com veemência na defesa e manutenção das organizações que garantam a vida, a liberdade, o direito de expressão, a pluralidade de ideias e a cidadania, assegurando, assim, o estado democrático de direito existente no Brasil.

Cassiano Teixeira  de Morais  – Secretário Geral da C.M.S.B

Armando Assumpção Laurindo da Silva – pres. Da XLVIII AGO da CMSB Grão mestrado da Grande Loja maçônica do DF.

Em nome dos Maçons pela Democracia subscrevem: Antonio Custódio, Dener Fabrício, Gilberto Melo, Gilberto Palmares, Gilson Gomes, Guaraci Porto, Emanuel Cancella, Flavio Watson, Francisco Soriano, Sérgio Abade, Paulo Ramos, e Vinicius Branco.