Por Luiz Carlos Prestes Filho –
Durante a infância o compositor Lucas Bueno criou o costume de todo mês visitar o jequitibá rosa de sua cidade natal, Cachoeiras de Macacu: “Villa-Lobos saiu do Rio de Janeiro, visitou o norte do país, para se inspirar na floreta amazônica. Tom Jobim dedicou sua obra à Mata Atlântica, tinha como abrigo seu sítio em São José do Rio Preto. Eu tive a sorte de nascer praticamente dentro do Parque dos Três Picos, de conviver, nestes meus 32 anos, com um jequitibá de 1.000 anos. Considero que a orquestra dos ventos que abraçam seus galhos me fizeram compositor“.
A lista de seus parceiros é longa: Ana Terra, Paulo Cesar Feital, Cláudio Bucci, Luiz da Pedra, Sombrinha, Moisés Marques e Maria Vilani. Nos trabalhos conjuntos, Lucas Bueno gosta de dizer que sua missão é trazer o frescor e a pureza das águas do rio Macacu, que descem absolutamente transparentes desde a região serrana: “Aqui convivo diariamente com socos e jacus que passam em frente à janela do meu quarto, então tenho a oportunidade de observar os movimentos da natureza diariamente“. Com o compositor Paulo Cesar Feital, Lucas lançou “Guapiaçu”, obra na qual canta o que havia, descia, virava, singrava, regava e saudava a natureza exuberante de sua cidade. Mas a letra também traz a tristeza do presente “que o homem assassina”.
A canção traz memórias visuais e sonoras interioranas da fronteira do Rio de Janeiro com Minas Gerais. Nos convida a visitar a beleza do Guapiaçu que existe, que vemos em belos sobrevoos. Sua mensagem poética diz: a natureza de Guapiaçu está sofrendo, precisa ser protegida. São 2’56 minutos de canção que pedem atenção a esse que é o segundo distrito da cidade de Cachoeiras de Macacu, localidade que guarda encantos como: o “Seio da Mulher de Pedra”; o “Morro do Carmo”; o “Morro dos Três Municípios”; e o “Pico Santo Amaro”.
Lucas destaca: “Realizei o trabalho à convite dos coordenadores do Projeto Guapiaçu Grande Vida, que está em desenvolvimento na Reserva Ecológica de Guapiuaçu – Regua. Os impactos positivos do projeto vão desde a restauração ecológica até a educação ambiental. Eu, como morador de Cachoeiras de Macacu, sou testemunha das milhares de visitas de estudantes e professores ao local. Momentos quando surge esperança. Um nova geração de brasileiros vai defender a identidade da nossa natureza“.
Apaixonado pelas trilhas mais escondidas das matas de Macacu, Lucas Bueno visitou todas as suas 120 cachoeiras. Por isso é requisitado frequentemente por grupos turísticos que desejam ouvir a sonoridade das águas.
Foi o amigo André Santos Andrax, músico-saxofonista, que batizou o amigo de “Filho do Jequitibá”: “Acompanhei os passos deste menino junto à árvore magnífica que simboliza sua cidade. Seu amor por ela é de filho, as raízes do Jequitibá são suas raízes“.
LUIZ CARLOS PRESTES FILHO – Cineasta, formado na antiga União Soviética. Especialista em Economia da Cultura e Desenvolvimento Econômico Local, diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Coordenou estudos sobre a contribuição da Cultura para o PIB do Estado do Rio de Janeiro (2002) e sobre as cadeias produtivas da Economia da Música (2005) e do Carnaval (2009). É autor do livro “O Maior Espetáculo da Terra – 30 anos do Sambódromo” (2015).
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