Redação –
A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) se emocionou ao fazer um discurso, nesta terça-feira (5), na tribuna da Câmara (veja o vídeo acima). A ex-líder do governo no Congresso reclamou dos ataques e das ameaças que tem recebido nas redes sociais, disse que não se intimida e que vai identificar e levar à Justiça a “gangue” que faz campanha difamatória contra ela. Ela também relatou que tanto ela quanto seus filhos já foram ameaçados de morte.
“Essa moça tem dois filhos: uma jovem e um adolescente, de 11 anos. Nenhum de vocês sabe qual é o rosto dos meus filhos, por quê? Porque eles também já foram ameaçados de morte”, disse. “E o meu mais novo, semana passada, me disse: ‘Mãe, por que estão chamando a senhora de porca na internet?’ ‘Por que estão chamando a senhora de Pig na internet?’ Não foi a senhora que ajudou tanto esse governo?”. Nesse momento a deputada chorou.
“E eu vou dizer para vocês: essas lágrimas não são por mim, porque, como vocês bem puderam ouvir, a minha história é de uma guerreira. Mas o meu filho, de 11 anos, recebendo montagens minhas, com o meu rosto e o corpo de uma prostituta, com o meu rosto e um corpo deformado, nu, isso eu não vou admitir!”
Ela acrescentou: “E não vai existir homem com mandato, sem mandato, seja o que for, deputado, senador, presidente — não me interessa! —, não vai existir homem, nem mulher que vai fazer isso com a minha família. É pela minha família e é pela família de todos vocês, porque se nós não pararmos essa esquizofrenia, essa loucura, essa gangue, não teremos como reconstruir este Brasil, não teremos como reconstruir este país”.
Integrante da tropa de choque do governo, Joice foi destituída da liderança depois de apoiar a manutenção do deputado Delegado Waldir (GO), contrariando o presidente, que intercedeu para que seu filho Eduardo Bolsonaro (SP) assumisse o posto. Eduardo venceu a disputa dias depois, em meio a uma guerra de listas de apoio. Joice afirmou que vai processar o filho do presidente na Justiça, além de apresentar uma representação contra ele no Conselho de Ética por causa de ataques dirigidos por ele contra ela.
Desde que deixou a liderança, a parlamentar passou a ser chamada de porca e Pig nas redes sociais por grupos ligados à família Bolsonaro. Também foram espalhadas montagens contra ela. “Foi a primeira vez que eu me senti vítima do mais sujo machismo”, disse Joice sobre os xingamentos.
A deputada ressaltou que nunca sofreu esse tipo de tratamento por parte da esquerda nem mesmo dos ex-presidentes Lula e Dilma, contra os quais fazia acusações e fortes críticas como jornalista. Joice disse que a República não pode virar uma “filiocracia” e que Bolsonaro precisa reconhecer seus erros.
“Aqui os colegas de esquerda sabem o quanto eu lutei contra o Lula. Nós nos processamos mutuamente. Eu o processei e ele me processou. Mas nem aqueles que faziam fake news, da esquerda fizeram algo parecido com o que estão fazendo, esses que se dizem de direita, porque não são. (…) Isso não é democracia, meus caros; é autoritarismo do mais sujo, do mais baixo!”
Joice contou que recebeu uma ameaça de morte, por e-mail, antes de dar entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, dias após ter deixado a liderança do governo. Ela cobrou reconhecimento por parte do governo à sua lealdade e ao seu empenho na aprovação da reforma da Previdência.
“Meu crime foi discordar de ele se apequenar. Eu discordei de ele se apequenar. Se o presidente olha para mim e fala: ‘Carrega essa arma e dispara na minha cabeça’. Eu vou dizer: Eu não vou fazer isso. “Mas eu estou mandando”. Mas eu vou não fazer. Foi mais ou menos a mesma coisa. O presidente da República, o homem mais importante, o mais poderoso deste país não pode virar lobista de quem quer que seja, de partido que seja. Não pode!”
Segundo a deputada, o governo se mantém de pé graças aos ministros Paulo Guedes, da Economia, e Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública. “Quem são os pilares do nosso governo? Paulo Guedes, superministro; Sérgio Moro, superministro. Eles são os nossos pilares. Eu digo, sem medo de errar, que sem eles o governo não fica em pé. E essa é uma verdade.”
Vários parlamentares prestaram solidariedade à deputada, inclusive da oposição, como Alice Portugal (PCdoB-BA), que disse que Joice não pode ser atacada como mulher.
Veja a íntegra do discurso de Joice:
“A SRA. JOICE HASSELMANN (PSL – SP. Sem revisão da oradora.) – Obrigada, Sra. Presidente, Srs. colegas.
Eu confesso a todos que eu pensei e refleti muito se deveria vir a esta tribuna para falar sobre os últimos acontecimentos que a grande maioria de vocês, talvez todos, estejam acompanhando, não só pela mídia, mas pelas redes sociais e pelo submundo da Internet.
Talvez nem todos aqui saibam que eu só, essa moça loirinha com cara de dondoca. Essa moça loirinha com cara de dondoca é filha de um caminhoneiro, é filha de uma confeiteira. Nasceu no interior do Paraná, cresceu na extrema pobreza: favela rural, para deixar bem claro. Essa moça loirinha com cara de dondoca estudou em universidade pública, em escolas públicas. Algumas vezes, teve que ir a pé 13 quilômetros para ir e 13 para voltar. Porque essa mocinha loira com cara de dondoca não tinha o dinheiro para pagar o ônibus. E, às vezes, quando tinha, Deputado Marx Beltrão, eu preferia comprar algumas frutas, porque não tinha dinheiro para as duas coisas.
Essa moça com cara de dondoca viveu todo tipo de violência que vocês podem imaginar. Essa mocinha com cara de dondoca teve um pai — tem um pai, vivo, com o qual não falo há muito tempo — com problemas de alcoolismo, violento; uma mãe que não tinha profissão, teve que se virar como deu. Aprendeu a fazer bolo. Hoje, é confeiteira, uma pequena empresária.
Essa mocinha com cara de dondoca não tem medo de nada, nem de ninguém. Essa mocinha com cara de dondoca só deve explicações às pessoas decentes, honestas e boas deste País, a Deus, aos meus eleitores.
Essa mocinha, com cara de dondoca, obedece à lei e à moralidade. Essa sou eu, Joice Hasselmann. Veja, meu sobrenome não é de político. Eu não sou filha de político, eu não sou casada com político, eu não sou irmã de político, absolutamente nada. Mas eu decidi entrar para a política com uma carreira muito bem-sucedida na área do jornalismo, porque eu sabia que a política precisava de gente decente, honesta e com coragem. O meu slogan de campanha era “Joice, mulher de coragem”. Gostem ou não de mim, ninguém pode dizer que eu sou covarde. Militei, durante muito tempo, e os meus colegas aqui eleitos, por partidos de esquerda, sabem, contra a esquerda. Assumidamente de direita. Absolutamente liberal na economia, conservadora nos costumes, até porque sou evangélica, para quem não sabe. Convertida na Assembleia, batizada na Batista, descobri-me judia há pouco mais de 2 anos. Uma sorte! Tenho o aconselhamento de bons pastores e bons rabinos e sigo em frente.
Eu não me submeti ao autoritarismo à época nem de Lula, nem de Dilma. A ex-Presidente chegou a mandar um e-mail para mim, ameaçador — não tanto quanto os que eu estou recebendo. Comparados a esses, era quase uma conversa de comadres —, aliás, à época, não tão ameaçador, dizendo: “Olha, se você continuar a me criticar, colocarei advogados. Vou te processar”. E eu respondi: “Fique à vontade”. As críticas que faço dou a cara para bater. Então, aí está a Justiça para que nós que nos sentimos eventualmente prejudicados possamos buscar reparação. É simples assim.
Essa moça, que lutou a vida inteira contra corrupção, que é assumidamente de direita, que lutou, e continua lutando contra a ideologia de esquerda, porque, todos aqui sabem que eu os respeito, pois chegaram aqui, como eu, pelas urnas. Mas não precisamos concordar um com os outros, também não precisamos nos odiar, porque estamos em partidos diferentes. Essa moça, que está aqui, já foi ameaçada de morte. Essa moça, que está aqui, recebeu a cabeça de um bicho, há pouco menos de 1 ano, em casa, com um singelo bilhete de que a próxima cabeça decepada seria a minha.
Alguém realmente acha que, eu Joice Hasselmann, que não tenho absolutamente nada, nada, como devedora de ninguém, vou ter medo de um grupo que forma uma gangue virtual para me atacar?
Alguém realmente acha que depois de tudo que eu passei, com a infância que eu vivi, sofrendo como o diabo, mas com a proteção sempre de Deus, alguém acha que eu vou ter medo de cara feia, que eu vou ter medo de marmanjo?
Alguém acha que eu vou jogar minha história no lixo, que eu vou dobrar a espinha? Minha avó nem falava português direito, era uma imigrante, mas ela sabia dizer, do jeitinho dela, que “Quem dobra a espinha demais mostra os fundinhos”. Eu não sou essa, não serei essa, jamais, em nenhum momento.
Eu tenho dois filhos, essa moça, com cara de dondoca, que fez sua vida, muito bem-sucedida, sim, ganhando bastante dinheiro na área de comunicação, sim. Isso é o que quero para o meu País, como boa liberal: aquelas pessoas com meritocracia, crescendo, bem empregadas, ganhando dinheiro. É isso o que eu quero — é isso o que eu quero. Eu não quero dividir pobreza, eu quero multiplicar riqueza. É isso o que eu quero. Essa moça tem dois filhos: uma jovem e um adolescente, de 11 anos. Nenhum de vocês sabe qual é o rosto dos meus filhos, por quê? Porque eles também já foram ameaçados de morte. Eu tive que me privar da companhia de alguns deles algumas vezes, ou melhor, muitas vezes. E o meu mais novo, semana passada, me disse: “Mãe, por que estão chamando a senhora de porca na Internet?” “Por que estão chamando a senhora de Pig na Internet?” Não foi a senhora que ajudou tanto esse Governo? (A oradora se emociona.)
E eu vou dizer para vocês: essas lágrimas não são por mim, porque, como vocês bem puderam ouvir, a minha história é de uma guerreira. Mas o meu filho, de 11 anos, recebendo montagens minhas, com o meu rosto e o corpo de uma prostituta, com o meu rosto e um corpo deformado, nu, isso eu não vou admitir! E não vai existir homem com mandato, sem mandato, seja o que for, Deputado, Senador, Presidente — não me interessa! —, não vai existir homem, nem mulher que vai fazer isso com a minha família.
É pela minha família e é pela família de todos vocês, porque se nós não pararmos essa esquizofrenia, essa loucura, essa gangue, não teremos como reconstruir este Brasil, não teremos como reconstruir este País!
Todos vocês viram e têm acompanhado o que eu estou passando. E já adianto que estou acionando muitos na Justiça. Vou conseguir quebrar os IPs, chegar aos IPs de cada um e vamos saber quem são os covardes por trás dos perfis fakes. Ah, nós vamos saber e vocês não tenham dúvida!
Aqui os colegas de Esquerda sabem o quanto eu lutei contra o Lula. Nós nos processamos mutuamente. Eu o processei e ele me processou. Mas nem aqueles que faziam fake news, da Esquerda, fizeram algo parecido com o que estão fazendo, esses que se dizem de Direita, porque não são. Para você se dizer de Direita você tem que saber, primeiro, o que é Direita, você tem que respeitar a lei, você tem que respeitar a moralidade e tem que saber divergir. Isso não é democracia, meus caros; é autoritarismo do mais sujo, do mais baixo!
Eu não me submeti ao autoritarismo à época nem de Lula, nem de Dilma. A ex-Presidente chegou a mandar um e-mail para mim, ameaçador — não tanto quanto os que eu estou recebendo. Comparados a esses, era quase uma conversa de comadres —, aliás, à época, não tão ameaçador, dizendo: “Olha, se você continuar a me criticar, colocarei advogados. Vou te processar”. E eu respondi: “Fique à vontade”. As críticas que faço dou a cara para bater. Então, aí está a Justiça para que nós que nos sentimos eventualmente prejudicados possamos buscar reparação. É simples assim.
Nesta quadrilha virtual há mais de 700 páginas, que eu já acumulei de provas — 700 páginas! —, de gente, alguns que escondem o rosto, outros, não. E eu estou levando algumas pessoas, alguns Parlamentares não só à Justiça, mas ao Conselho de Ética e a própria PGR. Eu tenho respeito, ainda, profundo pelo Presidente da República, pela história dele. Não concordo com muita coisa que ele está fazendo, em parte, devido à postura do Presidente. Acho que ele se apequenou em alguns momentos na cadeira. Isso é triste para mim, porque eu fiz campanha no Brasil inteiro por esse homem. Quando eu comecei a fazer campanha pelo Presidente da República, ele tinha 76% de rejeição entre as mulheres.
Nossas pesquisas internas mostravam isso. Sabem o que é isso!? Eu andava por São Paulo e as mulheres diziam:” Eu voto em você, mas não naquele homem.” Eu viajei com ele. Nós fazíamos eventos com mulheres que começaram com meia dúzia de gatos pingados, outros, no final da campanha, com 500 mil mulheres. Eu subi ao palco com todas juntas comigo. No final ele subia para tirar foto. Eu avalizei essa candidatura e esse candidato. Eu quero que o Governo dele dê certo, sabe por quê? Porque é o Brasil.
Eu vou ajudar em tudo o que for correto, mas não vou tolerar nenhum tipo de afronta, nenhum tipo de crime, nenhum tipo de calúnia, seja ela virtual ou não de quem quer que seja, nem do filho do Presidente da República. Levarei o Sr. Eduardo Bolsonaro ao Conselho de Ética e à Procuradoria Geral da República. Se eu conseguir ajudar a frear esse caos que está acontecendo, eu já fico muito feliz.
Como é que vocês acham que os investidores olham, fora do Brasil, para o nosso País? Poxa vida, a economia está legal. Afinal de contas quem são os pilares do nosso Governo? Paulo Guedes, superministro; Sérgio Moro, superministro. Eles são os nossos pilares. Eu digo, sem medo de errar, que sem eles o Governo não fica em pé. E essa é uma verdade. A economia está indo bem, a economia está andando. Não está tão rápido quanto nós gostaríamos.
Mas e quando os investidores olham o caos aqui dentro? A República da filiocracia, a República do Twitter, uma crise atrás da outra causada por quê, senhores, por quê? Me deem uma resposta lógica! só uma, só uma! por quê? Qual foi o meu crime? Alguém sabe me dizer qual foi o meu crime? Eu que rodei este País inteiro — e todos vocês sabem —, lutando pela Previdência, pela aprovação da reforma da Previdência. Já desafiei, dentro do Palácio do Planalto que, se houver qualquer um do Governo — qualquer um— seja Deputado, Senador, Ministro, Secretário que tenha lutado mais pela reforma da Previdência, eu renuncio o meu mandato. Vejam o histórico: 25 Estados, centenas de cidades, outras tantas centenas de eventos, deixando minha família aos finais de semana. Está tudo registrado. Ninguém pode dizer que não aconteceu, porque está registrado, é público, tudo filmado, para conseguir a mudança neste País.
Qual foi o meu crime? Discordar uma única vez — uma única vez. Discordar do quê? Discordar de um golpe, discordar do meu Presidente, o homem que eu ajudei a eleger. Muitas vezes eu disse a ele que ele lembra o meu avô que, na verdade, foi o meu pai. Meu crime foi discordar de ele se apequenar. Eu discordei de ele se apequenar. Se o Presidente olha para mim e fala: “Carrega essa arma e dispara na minha cabeça”. Eu vou dizer: Eu não vou fazer isso. “Mas eu estou mandando”. Mas eu vou não fazer. Foi mais ou menos a mesma coisa. O Presidente da República, o homem mais importante, o mais poderoso deste País não pode virar lobista de quem quer que seja, de partido que seja. Não pode!
Por isso, eu discordei. Eu avisei: “está errado, Presidente, o senhor é maior do que isso, não faça, não faça! Não se apequene! O senhor foi eleito para ser Presidente. Com todo respeito aos seus filhos, eles não são o Presidente. Se quiserem ser, saiam, disputem a eleição, ganhem”.
Por discordar, por cumprir a palavra empenhada, a pedido do Planalto, da família, dos Ministros, para a manutenção de um líder, para não concordar com a humilhação pública de um colega, por não concordar com isso, por simplesmente aconselhar, aconteceu tudo isso. Esse é meu crime. O meu crime é falar a verdade. O meu crime é cumprir a palavra. O meu crime é dizer “não” quando eu vejo que há erro. Foi o que eu fiz.
Agora, vocês acham que sou só eu que estou passando por isso? Não! Julian Lemos, escudeiro leal, anda de mão dada para cima e para baixo com o Presidente da República. Bateu na minha casa, Julian Lemos bateu na minha casa com o Presidente pela mão para me convidar a sair candidata. Pegou o avião, foram para o Nordeste, não era nem a minha casa em São Paulo não, o Nordeste, Piauí. Está gravado. Eu disse ao Presidente à época, um candidato ainda não tão favorito assim: “venha comer um pão de queijo aqui em casa, rapaz”. Ele foi, lá estava o Julian, ele, a esposa, foi deixado pelo meio do caminho.
Professora Dayane Pimentel, baiana, é fácil, gente, ser de direita na Bahia. Oh, é uma beleza! Está enfrentando um massacre de reputação. Nereu Crispim enfrentando uma pancadaria. Delegado Pablo, bastou discordar minimamente e firmar uma posição, pancada no Pablo. Felipe Francischini, Presidente da CCJ, sequer é recebido por alguns Ministros. Dra. Soraya Manato ameaçada: “vamos tirar os seus cargos”.
Como assim? Não foi isso que nós prometemos. Nós não prometemos o toma lá dá cá. Nós não prometemos cargos em troca de assinatura em lista, ou a voto seja do que quer que seja. Não foi isso que nós prometemos. Eu sigo leal e fiel a tudo o que eu prometi. Todas as vezes em que eu tiver que discordar do meu Presidente, que eu ajudei a eleger, do meu Presidente, que bateu na minha casa pedindo que eu fosse candidata ao Senado — não era nem a Câmara —, que gravou vídeo dizendo “Joice, eu preciso de você” — isso é público, Google, está lá —, mas ele não é Deus.
Ele é um homem, e o homem falha. O homem nobre tem que ouvir as críticas. Quando você discorda ou critica alguém muito perto é porque você quer o madurecimento, é porque você quer que a pessoa melhore. Eu faço isso pelo bem do Brasil.
Trabalhei pela Previdência, trabalharei pela Tributária, trabalharei pela Administrativa e por todas as pautas que de fato sejam importantes para o Brasil. Vocês jamais vão me ver lutando contra este País! Nunca! Eu prefiro morrer antes.
Aliás, as ameaças têm chegado e continuam chegando. No dia do Roda Viva eu recebi um e-mail gentil: “se você entrar na TV Cultura, você não sai viva”. Eu falei: “ah é?” Fui, dei entrevista e estou vivinha aqui para contar a história.
Não tenho medo de ameaça, não me interessa se é da Esquerda, da Direita, do Centro, de maluco, não interessa. Não tenho medo. Não tenho medo de ninguém que jogue baixo comigo. E vou seguir todos os trâmites legais, não é contra ninguém, mas a favor da moralidade, a favor da legalidade, a favor de um País que realmente seja grande.
Eu quero, de verdade, uma Direita que dê exemplo. Eu não quero uma Direita estúpida, que odeie pessoas, porque estão em outras siglas. Nós temos que combater a corrupção, não interessa se é da Direita ou da Esquerda. O que é isso? Não tem corrupto, então, na Direita? É é isso? Se eu fizer a mínima crítica a alguém que está sendo investigado, acusado, eu estou errada? A minha moralidade não é seletiva. A lei é para todo mundo. Não é só para os meus inimigos; também para os meus amigos. Isso chama-se decência.
Algumas pessoas estão pedindo ali a palavra, faltam só 5 minutos, mas eu quero, antes, fazer um agradecimento a todos vocês que se solidarizaram comigo, depois desse massacre público. Sabe o quê vocês estão fazendo comigo? Deixando meu couro mais forte. Alguém realmente acha que, depois de tudo o que eu passei na vida, é isso que vai me intimidar? É isso? Não. Estão me deixando mais forte, cada vez mais forte.
Eu recebi aqui ligações, abraços, de muitos Parlamentares, de várias correntes, dizendo: “Eu me solidarizo com você”.
Eu quero agradecer aqui a bancada feminina, todas as mulheres. Tirando as que fazem parte da gangue virtual, todas se solidarizaram; todas. Eu quero agradecer aqui porque isso não é uma questão de corporativismo feminino; é uma questão de humanidade, de decência.
Eu nunca fui de me vitimizar, Deputado Delegado Pablo, você sabe disso. As pessoas acho que nem conheciam parte da minha história. Nunca fui de me vitimizar, nunca. Mas foi a primeira vez que eu realmente me senti vítima do mais sujo machismo, do mais sujo machismo: encomenda de dossiês falso, montagens. A minha família não vai passar por isso. Eu não vou permitir. Não tivessem mexido com a a minha família, talvez, talvez, eu até amenizasse; mas não o farei.”
Fonte: Congresso em Foco, por Edson Sardinha
MAZOLA
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