Por Bolivar Meirelles –
Jesus. Jesus de Nazaré. Jesus Cristo. Como o vê? o principal é ver, perceber. Sensibilidade. Mensagem da passagem. Presença marcada. Estando ou não. Tendo Estado ou não. Ficou. Permanece. Homem ou Deus Homem. Nas mentes. Nos corações que, sem pensar, fluem e refluem o sangue com mais ou menos intensidade. Faz olho lacrimejar. Nasceu numa manjedoura? Simples. Reis que o quiseram ver foram. Reis, fariseus, escribas do Templo, chefes de Império. Distantes… ao largo. “Da o que tens e me acompanhe”. Sem promessas. Obsessão por divisão. Multiplicação possível com pouco. Multiplicar pães e dividir Peixes. Multiplicados ou não. Sempre divididos. Dívidas suspensas…
Amor, sempre amor. Superação do ódio. Possível? Sim. Todos são iguais. Como atingir? Luta. Muita luta. “Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós Senhor Deus! Se é mentira ou se é verdade tanto horror perante os Céus?” É, Castro Alves, perguntou. A voz não calou. Constrangeu alguém? Por ventura?
Navios negreiros. Explorados e exploradores. Cara vermelha do sangue chegado ao rosto, vergonha. Bandeiras brancas de paz imperial tentam confraternizar com bandeiras vermelhas da luta. Sem ódio. Amor. Sem exploração. Amor.
Torturado, crucificado na cruz. Crucificado. Jesus, Jesus de Nazaré, Jesus Cristo.
Amado, amante da liberdade de todos, de todas. Jesus masculino, Jesus feminino. Jesus criança. Jesus dos gays. Jesus dos aflitos. Jesus aflito. Jesus da outra face. Jesus do chicote.
Jesus dos alienados. Da luta de classes. Dos que trabalham. Dos que, com o suor do corpo próprio, sobrevivem. Dos que não exploram. Dos que se solidarizam.
Existindo ou não, tendo, ou não, existido. Jesus, ponto de união contra os que o transformaram em mercadoria. Contra os que o fazem de preposto dos curandeiros na televisão. Contra os que cobram dízimos para si próprios.
Jesus da liberdade! Jesus da libertação! Jesus dos médicos que sabem que o maior remédio é alimentação. Jesus dos profissionais de saúde que lutam hoje contra a Covid 19 e que defendem a vacina obrigatória. Dos que não dizem que história, filosofia, sociologia, geografia humana, economia política, demais ciências sociais, devam ser abolidas dos currículos. Jesus dos militares nacionalistas, Internacionalistas e comunistas que foram colocados na reserva, reformados ou demitidos das Forças Armadas Brasileiras por defenderem a Democracia, o Povo, o Território Nacional, as Riquezas Naturais e o Patrimônio Público.
Jesus dos que mau utilizando seu nome, os modernos Vendilhões do Templo, os defensores de tortura e torturadores, os geradores da miséria humana, os que maltratam as florestas e seus habitantes, indígenas e animais selvagens, árvores e arbustos, as águas limpas dos mananciais e rios, maltratam o meio ambiente, e, claro, não são de Jesus. Nem do inexistente, nem do Jesus Homem, nem do Jesus Deus. Podem ser, esses sim, do Diabo não existente ou do Diabo Mito. Alguns ganham até o Poder Político em seu nome. Sem delegação expressa. Mitos da hipocrisia. Quem sabe? Até pode ser…E, observemos, Jesus nunca leu Marx, Engels ou Lenin. Imagine se houvesse lido. O que teriam feito ele?
BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina e Colunista do Caminhando Jornal TV (TVC-Rio).
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