Por Pedro do Coutto

A hostilização contra o ministro Alexandre e Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, por várias pessoas no aeroporto de Roma, foi mais uma demonstração do radicalismo exacerbado da direita que não se conformou até hoje com a derrota de  Jair Bolsonaro nas urnas de outubro e com a presença de Lula da Silva na Presidência da República, segundo reportagens de Rafael Moraes Moura e Malu Gaspar, O Globo, e de Marcelo Rocha e Marianna Holanda, Folha de S. Paulo, e também divulgado no Jornal Nacional da TV Globo.

A atitude dá a impressão de ser uma fração da invasão e depredação de Brasília ocorrida em 8 de janeiro que marcou uma fase de vandalismo registrada na história brasileira. Os extremistas querem resolver tudo pela força, como se ela fosse suficiente para o exercício do poder e sobretudo para a solução de problemas que se eternizam no país.

IDENTIFICAÇÃO – Três personagens foram identificados pela Polícia Federal e responderão pelos atos praticados, entre os quais o de injúria contra o presidente do TSE e possível agressão física contra o filho de Alexandre de Moraes, mas não se sabe ao certo o que aconteceu, diante das três versões existentes  — do ministro Moraes, da família Mantovani e da testemunha João Cândido da Costa Neto, servidor da Assembleia mineira. De toda forma, foi mais uma página horrível no tempo político que passou a ser uma presença constante no país no universo do bolsonarismo.

A violência e a injúria só conduzem ao ódio e às ações destrutivas. Não existe na exacerbação lugar para a tolerância. A punição virá em seguida, mas o pior para a corrente exacerbada é a repetição desses atos, fazendo com que a reprovação ao radicalismo aumente. Não há proposta construtiva nesse movimento.

OUTRO ASSUNTO – Uma ampla reportagem de Douglas Gavras, Folha de S. Paulo deste domingo, com base em pesquisa junto à Fiesp, revela que 70% das empresas industriais sediadas em São Paulo não têm como projeto contratar mais empregados. É o resultado da pesquisa focalizando uma tendência predominante entre sete de dez empresas que operam em vários setores industriais.

O dado é ruim, pois um problema fundamental do país é a abertura de novos postos de emprego ou a retomada daqueles que se perderam durante a gestão de Jair Bolsonaro. Os resultados são claros. Entretanto, 31% dos empresários estão otimistas com os resultados do segundo semestre deste ano; 20% estão pessimistas. A outra parcela, tem uma posição de neutralidade sobre a questão

O mesmo ocorre no campo da perspectiva de vendas. Mas há um otimismo quanto à produção; 35% acham que ela vai aumentar e 34% têm dúvida. O perfil não é nem favorável ou desfavorável ao governo. Mas deixa no ar uma perspectiva de esperança. Cabe ao governo aproveitar o panorama e ampliar a sua atuação no mercado produtivo.

 

PEDRO DO COUTTO é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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