Por Sérgio Vieira –
Desde o dia 24 de fevereiro deste ano, que não se fala de mais nada nas televisões, rádios e jornais (com exceção dos jornais esportivos) portuguesas e não só, a não ser o conflito que opõe a Rússia à Ucrânia.
Quanto a minha visão sobre o assunto em causa, tenho a dizer que tenho uma opinião bastante diferente daquelas que os meios de comunicação tentam impor-nos.
Acho sim, que foi uma invasão, em que foram vilipendiados os direitos básicos de um país independente e soberano. Mas confesso, que não tenho mais paciência para ouvir o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, solicitando ajuda aos países, basicamente aos membros da OTAN. Ele que é um comediante de raiz, faz agora o papel de coitadinho e faz vitimização permanente em relação ao conflito.
De lembrar que os EUA, estão à cabeça tentando fazer sanções comerciais e econômicas à Rússia e alargando este ato aos países aliados da OTAN. Meus caros leitores, peço imensas desculpas, mas tudo que vem dos EUA é de suspeitar. Lembrando…assim por alto a falha que foi a invasão do Iraque, sob a afirmação, que aquele país possuía armas de destruição maciça, algo que se veio a provar totalmente falso. E que infelizmente teve Portugal como pano de fundo ao sediar nos Açores (Base das Lages) o encontro que determinou a invasão do Iraque, com a presença de Aznar (Espanha), Blair (Inglaterra) e Bush (EUA) , tendo o Primeiro Ministro português na altura, Durão Barroso, servindo sorridente como garçom ao banquete dos três convivas. Pondo deste modo Portugal no mapa perigoso de ataques terroristas.
Mas voltando ao conflito em causa, meu filho tem uma pessoa amiga que viveu na região do Dombass, durante a infância e parte da juventude, e não só apoia a Rússia, como também se diz vingada de um certo modo pelas agressões sofridas ao longo dos anos pela Ucrânia.
Pois é amigos, disto ninguém fala. Das agressões que a Ucrânia impôs aos seus inimigos internos, entenda-se regiões do Dombass e Ludgansk.
Fico sinceramente chocado com as imagens de civis, mulheres, crianças e pessoas de idade e algumas sem mobilidade, fugirem para outros países, principalmente Polônia em busca de um a porto seguro. Mas quem disse, que existem princípios no meio de uma guerra?
Esteve aqui, na minha casa um amigo de longa data que é professor universitário e repórter investigativo. Ele mostrou vídeos do suposto massacre de Busha, em que um responsável pela cidade, tipo assim… um Prefeito, que dizia estar feliz pela retirada das tropas russas. As ruas estavam limpas, e sem nenhum cadáver. Três dias depois, aparecem vídeos em que as ruas estavam inundadas de cadáveres. O curioso é que os supostos cadáveres estavam simetricamente distribuídos e alguns, pasmem, ainda se mexiam. O vídeo está na net para quem duvidar e quiser ver.
A imprensa nacional e internacional nos bombardeia com informações unilaterais e com pontos de vista pessoais por parte dos comentaristas. Desde o tempo da guerra fria, só existem dois lados, os pró-americanos e os contra. De salientar que os EUA nunca ganharam uma guerra e sempre que o fez foi longe do seu território.
Perdeu no Vietnam, perdeu na Somália, perdeu no Afeganistão, perdeu no Iraque… e por aí vai.
Não sou pró-Russo neste conflito, mas tenho sérias dúvidas sobre a fragilidade e inocência da Ucrânia neste emaranhado de informações. Espero ansiosamente pelo fim deste conflito e que as baixas civis não se avolumem. Enquanto isto, na “periferia” dos países europeus vêm as consequências, como: escassez de alimentos, basicamente de grãos oriundos da Ucrânia, produtos chineses que não conseguem escoar seus produtos, produtos esses que estão na base da demanda do comércio mundial, isto porque os portos estão condicionados à livre circulação. A China mantem-se neutra, em uma posição de expectativa. De salientar que a dívida interna dos EUA está nas mãos dos chineses.
Aguardemos serenamente pelo desfecho desta guerra e que as baixas civis sejam cada vez menores. Já que as militares estão no contexto do mais forte abate o mais fraco e estão previamente já no Excel das mortes anunciadas, além de estarem no terreno por vontade própria e sob missão de juramento de amor às pátrias.
A César, o que for de César.
(Texto escrito ao som das Valquírias de Wagner)
SÉRGIO VIEIRA – Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, representante e correspondente internacional em Aveiro, Portugal. Jornalista, bancário aposentado, radicado em Portugal desde 1986.
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