Redação –
Pequim, 24 Ago 2019 (AFP) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu nesta sexta-feira às novas tarifas anunciadas por Pequim contra produtos americanos elevando a taxação sobre bens chineses, ampliando a guerra comercial que ameaça a economia global.
Trump criticou a “relação comercial injusta” e disse que “a China não deveria ter colocado novas tarifas sobre 75 bilhões de dólares de produtos americanos” por motivação política.
O presidente decidiu elevar a tarifa de 25% sobre 250 bilhões em produtos chineses para 30%, a partir de 1º de outubro.
E as tarifas sobre 300 bilhões de dólares em produtos que devem entrar em vigor em 1º de setembro e que eram de 10%, agora serão fixadas em 15%.
Pela manhã, a China anunciou sua intenção de impor novas tarifas sobre US$ 75 bilhões em bens importados dos Estados Unidos, em resposta às taxas alfandegárias adicionais que Washington anunciou em 1 de agosto. Em resposta, Trumo elevou as tarifas atuais e futuras sobre um total de US$ 550 bilhões em importações da China.
Acusando a China de “tirar proveito dos Estados Unidos em comércio, roubo de propriedade intelectual e muito mais”, Trump disse que, “devemos equilibrar essa relação comercial muito… Injusta”.
Enquanto Pequim trabalhou por três semanas em sua resposta tarifária em vários níveis, a prometida retaliação de Trump – que ocorreu em uma tradicional sequência de tuítes – foi anunciada em menos de 10 horas.
O conflito acelerado preocupa as empresas americanas, muitas das quais dependem da China para fornecer insumos, produtos e até para a fabricação.
“É impossível para as empresas planejar o futuro nesse tipo de ambiente”, disse David French, da National Retail Federation.
“A abordagem do governo claramente não está funcionando, e a resposta não é mais tarifas sobre empresas e consumidores americanos. Onde isso termina?”.
– Mudança de empresas? -O confronto comercial já diminuiu o crescimento dos EUA e prejudicou a economia global, e a ameaça de uma deterioração fez com que as bolsas de valores despencassem.
O Dow perdeu mais de 600 pontos para fechar com uma perda de 2,4%. O DAX alemão perdeu mais de 1%, mas o FTSE de Londres ganhou terreno.
“Nossas grandes empresas americanas estão ordenadas a começar imediatamente a procurar uma alternativa para a China, incluindo trazer (…) suas empresas para casa e fabricar seus produtos nos EUA”.
“Não precisamos da China e, francamente, estaríamos muito melhor sem eles”, disse Trump.
Não ficou claro com que autoridade Trump poderia exigir que empresas privadas alterassem sua produção.
Mas a influente Câmara de Comércio dos EUA pediu para os dois voltarem à mesa de negociações para encontrar uma solução.
“Enquanto compartilhamos a frustração do presidente, acreditamos que o engajamento contínuo e construtivo é o caminho certo a seguir”, disse Myron Brilliant, chefe de assuntos internacionais do grupo empresarial, em comunicado.
– Resposta chinesa -As tarifas adicionais chinesas devem evoluir entre 5% e 10% e serão aplicadas a 5.078 produtos americanos em duas fases – em 1º de setembro e 15 de dezembro -, disseram as autoridades chinesas encarregadas dos impostos alfandegários.
Pequim também anunciou que vai impor uma taxa de 25% nos carros dos Estados Unidos e 5% em partes soltas em 15 de dezembro.
Nos meses anteriores, a China havia suspendido medidas punitivas contra os dois tipos de mercadorias como um gesto de boa-fé, aguardando resultados em negociações comerciais em andamento.
O presidente americano Donald Trump impôs novas tarifas sobre bens importados do gigante asiático com um valor comercial de 250 bilhões de dólares e aplicará taxas alfandegárias adicionais a outros bens no valor de 300 bilhões de dólares em duas novas rodadas em 1º de setembro e 15 de dezembro.
O aumento das tarifas de Washington “levou a uma contínua escalada de fricções econômicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos, violando o consenso alcançado pelos dois chefes de Estado na Argentina e em Osaka”, afirma o comunicado oficial da Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado da China. (fonte: AFP)
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