Redação

Mensagens de texto de Luiza Sousa Paes, ex-assessora do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) enquanto o político era deputado estadual na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), que confirmam as “rachadinhas”, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro.

A informação foi divulgada pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (8.nov.2020). No esquema, funcionários da Assembleia devolviam parte dos salários a 1 grupo supostamente liderado pelo então deputado estadual Flávio.

Na denúncia, segundo o programa, o MP-RJ afirma que ela trocou mensagens com o pai assim que as primeiras investigações começaram a sair nos jornais sobre Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flavio, em dezembro de 2018.

“Caraca! Tu viu alguma parte do Jornal Hoje? Bateu direto naquele negócio do Queiroz. Direto isso, a foto dele estampada no Jornal Hoje. Agora deu ruim”, escreveu Luiza, segundo a reportagem.

Outra mensagem obtida pela Globo mostra que Luiza perguntou ao pai o que fazer com os recibos de depósitos feitos a Queiroz. O pai demonstra preocupação: “Contanto que te tire disso e esqueça isso de uma vez e a gente possa viver nossa vida normalmente. Ele que invente as estórias dele lá”, escreveu.

Luiza chegou a ser chamada à Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) para preencher a folha de ponto, em janeiro de 2019, que ela diz nunca ter assinado. “Oi, pai. Parece que faltou algum ponto que não está assinado. Só que eu não lembro de ter assinado algum ponto, entendeu?” “Eles querem pegar 1 ‘bucha’ que é para ver se desentoca alguma coisa”, segundo a reportagem.

Fantástico também citou denúncia do MP com 1 levantamento de dados que mostra que, além de Luiza, outros 11 assessores ligados a Flávio transferiam boa parte dos salários que recebiam da Assembleia do Rio para Fabrício Queiroz.

Segundo o MP, Queiroz jogava futebol com o pai de Luiza num time amador, o “Fala tu que eu tô cansado”. O pai de Luiza chegou a ser homenageado por Flávio na Alerj. Mas Luiza não ficou muito tempo no gabinete do Flávio Bolsonaro.

Oito meses depois da nomeação, foi transferida para outro setor dentro da assembleia, na TV Alerj, que transmite as sessões da Casa. Mas o departamento em que ela passou mais tempo foi o de planos e orçamento, ligado à presidência do legislativo fluminense, de onde ela continuou a repassar a maior parte do salário mensalmente para Queiroz, de acordo com a denúncia.

De acordo com a reportagem, Luiza foi uma das integrantes que mais transferiram do suposto esquema que mais repassou dinheiro: R$ 155 mil. Dos salários, que chegaram a R$ 4 mil, ela ficava com, no máximo, R$ 800. Isso aconteceu durante 5 anos.


Fonte: Poder360