Redação

Preso desde a última terça-feira, dia 10, na Lava Jato, o empresário Márcio Lobão, filho do ex-senador Edison Lobão, conseguiu habeas corpus no  Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) para deixar a prisão. Ordem do juiz João Pedro Gebran Neto, relator de casos da Lava Jato na Corte, determina que a detenção preventiva seja substituída por medidas cautelares, como a entrega do passaporte e proibição de contato com outros investigados. O empresário deverá também pagar fiança de R$ 5 milhões.

A ordem foi expedida na noite desta sexta-feira, dia 13, e o alvará de soltura, na manhã deste sábado, dia 14. Márcio Lobão, 52, tinha sido detido preventivamente por ordem da juíza Gabriela Hardt, de Curitiba, na 65ª fase da Lava Jato. Ele é suspeito de operar propinas pagas em contratos públicas pela Odebrecht e pelo grupo Estre a Edison Lobão, que foi também ministro de Minas e Energia em duas ocasiões.

REPASSES – O Ministério Público Federal diz que repasses em espécie foram recebidos no escritório da esposa de Márcio Lobão, no Rio de Janeiro. Também levantou suspeitas sobre a aquisição e posterior venda de obras de arte com valores sobrevalorizados, e sobre a movimentação financeira em uma conta bancária na Suíça.

Entre os empreendimentos públicos investigados, estão a usina de Belo Monte (PA) e a reparação de dutos da estatal Transpetro pelo país. Para Gebran, as medidas alternativas são suficientes para que crimes não voltem a ser cometidos e para evitar que a investigação seja prejudicada. A defesa havia argumentado que os fatos investigados são relativos a um período de 2008 a 2014, sem desdobramentos atuais.

“FATOS ANTIGOS” – O suspeito preso já dirigiu a Brasilcap, braço do Banco do Brasil. Após a prisão, a defesa dele disse que a operação trata de fatos antigos e que sempre se prontificou a prestar esclarecimentos à Justiça.

A defesa de Edison Lobão afirmou que ele não foi alvo da 65ª fase da Lava Jato e que a investigação se baseia apenas na palavra de delatores. A Estre Ambiental disse que tem “colaborado e prestado os esclarecimentos necessários às autoridades responsáveis pela elucidação do caso”. (fonte: Estadão, por Felipe Bächtold)