Por Siro Darlan –
No ano 2000, o Estatuto da Criança comemorava seus dez anos e eu era Juiz da Infância e da Juventude, com uma equipe campeã, os processos de adoção eram mais rápidos do que a gravidez biológica, quando conheci uma gringa belga chamada Françoise Schein, completamente apaixonada pelo Brasil. Arquiteta e artista plástica que já naquela época se dedicava a espalhar através de sua arte os direitos humanos no mundo, escrevendo nas ruas e logradouros públicos esses direitos em forma de painéis.
Já era uma artista consagrada. Seu nome e sua arte já estava estampada na estação Concorde do metro de Paris, numa estação de metrô de Lisboa, da Bélgica e pretendia plantar sua arte no metrô de São Paulo, onde deixou sua marca. Tão empolgada estava com o Brasil que resolveu adotar uma criança brasileira e não fez questão de cor, nem de idade. Adotou Lohana com quinze anos, uma morena linda que levou pra Paris onde se transformou numa mulher linda, com todas as marcas de mulher brasileira e uma inteligência sem limites, que hoje assessora a mãe nos projetos no mundo.
Além da filha, que faz questão de manter relações com a família biológica a quem visita regularmente e tem como uma família extensa, Françoise aceitou meu desafio de escrever os direitos humanos em 1000 escolas. Com sua dedicada equipe, visitamos centenas de comunidades pobres, onde as próprias crianças foram estimuladas a escrever em azulejos os direitos humanos expostos nos muros das escolas.
Além disso retratou o povo brasileiro em inúmeros painéis, em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Um desses painéis mais simbólicos está na Praça Serzedelo Correia, no metrô de Copacabana, inaugurado em 10/12/2002, onde Françoise retratou um homem negro, belíssimo de aproximadamente 20 anos, uma criança, e uma idosa, justamente as representações mais sofridas da população. No painel ela exalta o cidadão brasileiro com sua beleza, em diversas idades e gêneros. Enobrece com suas escolhas a brasilidade e os segmentos mais vulneráveis na população.
Hoje, de 26 de fevereiro a 23 de março, a Inscrire, instituição fundada por Françoise Schein, no Brasil, cujo presidente é um homem negro, Dr. André Couto, numa demonstração de dedicação à causa negra, expõe no Paço Imperial, sob o título Luz no Brasil, suas obras todas dedicadas aos direitos humanos, sobretudo a arte produzida pelas próprias crianças nas escolas públicas do Rio de Janeiro. Merece destaque a imagem precursora do Professor de Capoeira Ninho do Vidigal, que sempre prestigiou a contribuiu para as obras da Inscrire no Brasil, emprestando sua imagem e de sua sobrinha para a confecção do lindo painel exposto em Copacabana.
Ninho que é Conselheiro Tutelar e sabe muito bem cuidar de crianças e protege-la, nunca deixou de contribuir para a efetivação dos direitos humanos, doando seu tempo, já que esteve presente em inúmeros eventos, e sua própria imagem para a exaltação dos direitos humanos e das crianças e adolescentes no Brasil.
SIRO DARLAN – Juiz de Segundo Grau do TJRJ, Mestre em Saúde Pública e Direitos Humanos, membro da Associação Juízes para a Democracia, conselheiro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa, colunista e membro do Conselho Editorial do jornal Tribuna da imprensa Livre.
MAZOLA
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