Redação –
A receita dos principais times do futebol brasileiro deve retomar o patamar de 2019 já neste ano. Estudo do Itaú-BBA indica que, caso a pandemia arrefeça até julho, os números serão melhores que em 2020. A arrecadação estimada para os 27 times de maior porte é de R$ 5,9 bilhões neste ano. Foram R$ 5,8 bilhões em 2019 e R$ 4,7 bilhões em 2020 (valor ainda preliminar). Leia aqui (592 KB) o levantamento.
Há 4 razões principais para o aumento na arrecadação, sendo que 3 delas têm a ver com o adiamento de campeonatos no ano passado. Os prêmios da Copa do Brasil, encerrada em março, e da Copa Libertadores, em janeiro, ficaram para este ano, aumentando o cofre dos times.
Dessa forma, não é que melhorou intensamente o ambiente na virada de 2020 para 2021. O fato é que os atrasos do ano passado geraram um represamento de fundos, que estão sendo pagos em 2021. Somado a isso, a expectativa é de melhora da pandemia neste ano.
Da mesma forma, parte das receita das televisões que são pagas aos times também foi deixada para este ano. Por último, o câmbio valorizado influencia positivamente nas receitas, pois a maior parte dos jogadores que saem do Brasil vão para a Europa. Com o euro acima dos R$ 6,70, a expectativa na área é positiva, apesar de os times europeus também enfrentarem dificuldades financeiras.
Eis a projeção até 2023 traçada pelo consultor Cesar Grafietti:
TORCIDA
A maior parte das competições esportivas foram suspensas temporariamente no ano passado. A partir do fim de março e começo de abril, os estádios foram fechados ao público, impactando severamente as receitas dessa origem.
Agora, a expectativa é que as finais ocorram em novembro e dezembro, quando boa parte da população deve estar vacinada. É esperado aumento de 90% nas receitas com bilheteria em 2021.
“Por mais que a perspectiva seja melhor, 2021 não começou animador”, avaliou Grafietti. “Se a gente imagina que as principais receitas não devem sofrer alteração, como a TV deve ficar equilibrada, patrocínio não deve ter muita alteração, por outro lado, as bilheterias vão depender da vacinação. E fica aa pergunta: em quanto tempo conseguimos imunizar?”, disse, em entrevista ao Poder360.
Dessa forma, e isso é importante ressaltar, a retomada está condicionada a uma melhora do cenário pandêmico. Até quando? “Julho”, diz Grafietti. Caso contrário, os dados podem ser revistos. Outro risco é a a retomada econômica não vir, o que impacta o tanto que um torcedor pode gastar como o time, seja em idas ao estádio, compra de materiais oficiais e adesão aos programas de sócio-torcedor.
No ano passado, esses programas sentiram impacto muito forte. Segundo Amir Somoggi, consultor da Sports Value, houve queda de 15% a 20% do total de membros.
“É entrada de dinheiro recorrente que o time perde com a redução do wallet size dos brasileiros na crise”. Ele destaca que, na Espanha, times como Barcelona criaram novos produtos digitais, como streaming de jogos antigos, e têm conseguido manter sócios.
Até o momento, 2 times grandes já revelaram os seus balanços de 2020: Grêmio e Corinthians.O 1º conseguiu reequilibrar as contas e teve superavit de R$ 38 milhões. O 2º teve déficit de R$ 138 milhões. Até o fim do mês, os times publicarão seus dados. Expectativa é de queda global de 20% nas receitas.
ARCABOUÇO REGULATÓRIO
Com estádios fechados e o vai e vem de governos quanto à realização de campeonatos, há uma intensa discussão sobre a aprovação de mudanças no arcabouço jurídico do meio-ambiente esportivo.
São 3 negociações em curso: criação do clube-empresa, adoção do fair-play e negociação conjunta com TVs. Segundo Gustavo Hazan, consultor para a área na Ernst & Young, os 2 primeiros temas devem ser finalizados neste ano. O 3º ainda demanda mais tempo.
“Toda crise leva a transformações mais aceleradas. Talvez o impacto da covid ajude a acelerar mudanças regulatórias do futebol”, afirmou Hazan.
DÍVIDAS
O cenário de dívidas entre os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro é um desafio que terá de ser vencido. Entre aqueles que aderiram ao Profut (Programa de Refinanciamento Fiscal do Futebol Brasileiro), há um débito R$ 430 milhões com a União. Dos 20 times da elite brasileira, 13 têm parcelamentos ativos. A informação foi revelada pelo portal UOL. Os dados, obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação), podem ser analisados neste link.
Fonte: Poder360
MAZOLA
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