Redação –
Imagens de drone e de vídeo feitas na terça-feira (2) pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR) na Terra Indígena Raposa Serra do Sol mostram que o garimpo ilegal continua crescendo de forma descontrolada na região da Serra do Atola, próxima da comunidade Raposa 2, no município de Normandia (RR).
“Esse garimpo começou há quase dois anos, mas aumentou de janeiro para cá, quando o governador Antonio Denarium (sem partido) assinou a lei que autorizava garimpo”, afirma o vice-coordenador do CIR, o macuxi Edinho Batista de Souza. Segundo a liderança, nem mesmo a recente suspensão da lei estadual pelo Supremo Tribunal Federal (STF) diminuiu a atividade na terra indígena.
GRANDE FAVELA – Souza diz que o local se tornou uma grande favela, com dezenas de barracos de lona onde os garimpeiros dormem. No entorno, há inúmeros buracos para a extração do cascalho, depois triturados em moinhos para a retirada do ouro. A atividade seria financiada por comerciantes e políticos locais.
O CIR estima que haja cerca de mil garimpeiros ali. Segundo relatos colhidos pela entidade, o garimpo está dividido em três áreas, e cada uma tem um líder que controla o fluxo de pessoas e a venda de lotes. O abastecimento é feito por meio de um mercado e de um bar.
O CIR tem enviado informações para o o Ministério Público Federal, Polícia Federal, Ibama, Exército e PM, mas sem resultado até agora. “A gente está sentindo uma lentidão, mas temos nossas estratégias e vamos achar uma solução”, afirma Souza.
QUEIXA À ONU – No início do mês, o CIR relatou a situação da TI Raposa Serra do Sol ao Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU. No documento, a entidade pede que as Nações Unidas questione o governo brasileiro sobre quais são as ações adotadas para combater o garimpo ilegal.
Esse garimpo foi visitado em janeiro pelo senador Chico Rodrigues (DEM-RR). Em vídeo gravado no local, ele diz que é um “trabalho fabuloso”, feito sem “danos ambientais”. Meses depois, em outubro, ele foi flagrado pela Polícia Federal com dinheiro na cueca em sua casa. À época, era vice-líder no Congresso do governo Jair Bolsonaro (sem partido).
O CIR mapeou garimpos em outras regiões da terra indígena. Em um deles, perto da cidade de Uiramutã, a atividade poluiu a água de cachoeiras do igarapé do Urucá, um dos principais destinos turísticos de Roraima.
Fonte: Folha de SP
MAZOLA
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