Por Pedro do Coutto –

Pela repercussão nacional e internacional que o encontro entre os presidentes Joe Biden e Lula da Silva causou, o Brasil retomou o seu espaço no cenário mundial e avançou, sem dúvida alguma, no projeto de defesa da Amazônia, compromisso com o meio ambiente e com o panorama climático. O Brasil, conforme o próprio Lula acentuou, esteve  afastado dos debates globais durante o governo Bolsonaro, num isolamento que é reconhecido por todos.

O avanço no que se refere à Amazônia teve a sua importância realçada quando o presidente Lula propôs um projeto que reúne vários países no propósito de preservar a maior floresta do mundo. Além disso, há o problema do meio ambiente e, conforme destacado, o compromisso com a humanidade e não apenas com cálculos matemáticos.

PASSO IMPORTANTE – Foi um passo importante, mas é o primeiro que o Brasil e os Estados Unidos dão juntos na defesa do meio ambiente e da Região Norte brasileira que tem na Amazônia o seu ponto principal. Inclusive, a fuga dos garimpeiros dos locais onde exploram ilegalmente ouro e outros metais revela que eles tinham uma conexão com outras fontes de ilegalidade.

Washington (USA), 10.02.2023 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Reunião com o Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, na Casa Branca, em Washington DC (EUA). Foto: Ricardo Stuckert/PR
Washington (USA), 10.02.2023 – Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Reunião com o Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, na Casa Branca, em Washington DC. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O encontro entre Lula e Joe Biden foi focalizado com destaque por Talita Fernandes, O Globo, por Patrícia Campos Mello e Thiago Amâncio, na Folha de S. Paulo, e também por Beatriz Bulla, Gustavo Queiroz e Aline Bronzati, o Estado de S. Paulo, edições deste sábado. Foi um primeiro passo no combate ao garimpo ilegal, à invasão de terras yanomamis e ao desmatamento em defesa do meio ambiente ameaçada pelo conjunto de atividades criminosas.

QUEDA DO DESMATAMENTO – No mês de janeiro, o desmatamento caiu 61% em relação ao mês de dezembro, reflexo da nova política. O Governo Bolsonaro não cuidou do assunto e teve como ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que se elegeu deputado federal em outubro.

Na edição de ontem da Folha de S. Paulo, Vinicius Sassine publica uma reportagem sobre a operação que as Forças Armadas e a Polícia Federal estão fazendo contra o garimpo nas terras yanomamis. A profundidade da exploração era de tal tamanho, que a matéria inclui uma foto de mais de quinze aviões de madeireiros a serviço do garimpo apreendidos nas terras dos indígenas. Além de aviões, também helicópteros. Tratava-se de um projeto de destruição da floresta.

TECNOLOGIA –  O avanço tecnológico em pleno exercício nas empresas de Comunicação mais sofisticadas revelam a existência de um perigo enorme para o mercado de trabalho e os salários na medida em que essas empresas de tecnologia muito avançada estão demitindo em massa os empregados que são substituídos por robôs ou técnicas que dispensam a presença humana nas produções.

Excelente reportagem de Pedro S. Teixeira, Folha de S. Paulo de ontem, focaliza o assunto e relaciona demissões feitas ou programas por grandes empresas. O Google, por exemplo, programou a demissão de 12 mil pessoas. A Dell programa a demissão de 6650 de seus empregados. A FAP demitirá 3 mil. A IBM dispensará 3900. A Microsoft projeta desligar 10 mil pessoas. A folha de salários diminui substancialmente e a tendência do mercado tecnológico de forma geral volta-se nesse sentido.

AUTONOMIA –  Reportagem de Idiana Tomazelli, Cátia Seabra e Natália Garcia, Folha de S. Paulo, focaliza com destaque a iniciativa do deputado Lula da Silva na Constituinte de 1988 propondo a autonomia do Banco Central, iniciativa defendida pelo PT, mas que não foi aprovada na Carta Constitucional. Depois, em projetos da bancada do PT de 1990 a 2000, defende-se novamente a autonomia do Bacen.

A matéria destaca o que seria uma contradição do atual presidente da República, mas por isso mesmo a questão exige uma análise paralela. Há um equívoco no texto. Lula não se voltou contra a autonomia do BC, mas contra a permanência de Roberto Campos Neto na direção do Banco Central.

PEDRO DO COUTTO é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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