Por Eusébio Pinto Neto –
Com o mercado de trabalho aquecido, a renda salarial maior e o aumento do consumo, será necessário adotar medidas para estimular o crescimento econômico, sem pressionar a inflação.
O número de trabalhadores ocupados nunca foi tão alto, e a criação de postos de trabalho com carteira assinada bateu recorde. Para assegurar a estabilidade e a melhoria do mercado de trabalho, com mais direitos garantidos, a classe operária precisa cobrar políticas públicas de inclusão e educação.
Com a taxa de desemprego caindo, o governo atingiu a meta do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável estabelecido pelas Nações Unidas em 2015. Contudo, é imprescindível ter um olhar mais atento para as mulheres e a população das áreas periféricas, afetadas pela pobreza e pela desigualdade.
A ampliação da participação feminina no mercado de trabalho é o grande desafio para uma produtividade sustentável. As mulheres estão mais sujeitas ao trabalho precário, sendo necessário, portanto, investir na qualificação dessa mão de obra. Elas também enfrentam dificuldades para conciliar a entrada no mercado de trabalho com os cuidados com os filhos.
O boom da empregabilidade também favorece os mais jovens e com maior escolaridade.
O número de pedidos de demissão de trabalhadores com carteira assinada aumentou 14% no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2023. Não é apenas o salário que motiva o pedido de desligamento, mas também o desejo de um ambiente de trabalho mais saudável e com menos estresse. Este movimento nos obriga a observar que há uma mudança de comportamento em curso nas relações de trabalho.
A tecnologia exige do mercado de trabalho uma mão de obra mais qualificada, o que, em alguns setores da economia, tornou-se um obstáculo para a modernização da produtividade. Enquanto isso, 38% dos brasileiros têm formação superior à necessária para o cargo que ocupam. Precisamos sair da zona de conforto para tirar da informalidade e da pejotização milhares de brasileiros, que se intitulam empreendedores, mas, na verdade, são trabalhadores com pouco ou nenhum direito.
O tratado sobre políticas de inclusão, educação e trabalho não deve seguir a orientação de um governo específico, mas sim da classe operária. Ninguém pode ficar de fora dos debates. Na semana passada, tive a oportunidade de compor a mesa do Conselho do Senac, que debateu o modelo pedagógico que visa melhorar a qualidade educacional, produzindo conhecimento e técnicas que tornam o aprendizado do trabalhador mais produtivo. Vivemos um momento favorável ao trabalho, de crescimento e aprimoramento da produtividade.
A prosperidade econômica depende de todos os cidadãos, sendo, portanto, crucial a inclusão e a transformação da força de trabalho.
EUSÉBIO PINTO NETO é presidente do SINPOSPETRO-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO)
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