O Rei Salomão, o sábio da Bíblia é apontado como exemplo de juiz porque ao ver duas mulheres disputando a maternidade de uma criança, assim decidiu: “Então, respondeu o rei e disse: Dai a esta o menino vivo e de maneira nenhuma o mateis, porque esta é sua mãe. [28] E todo o Israel ouviu a sentença que dera o rei e temeu ao rei, porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça.” Não se faz Salomão como nos tempos antigos.

O político, senador, deputado, governador Sérgio Cabral foi condenado há mais de 400 anos por um juiz, que hoje se questiona sua isenção nos julgamentos, tal como aconteceu com o juiz do Paraná que condenou sem competência e se corrompeu por amor ao poder e a avareza. Cabral foi humilhado com penas inexistentes, acorrentado como um animal foi exibido como um troféu e colocado no “pelourinho” da humilhação pública.

Muitos rejubilaram com esse punitivismo próprio dos regimes autoritários que aplicam penas humilhantes e corporais.

Cabral foi mais humilde e fez em público o reconhecimento de seus erros políticos e administrativos. Segundo a lei esse proceder é atenuante, mas serviu para os abutres exibir seu ódio ao próximo e agravar a humilhação pública para um ser humano que como todos cometeu erros, mas que apresenta um saldo positivo de liderança política e soube construir uma administração proveitosa para o povo, não apenas como legislador, mas quando esteve representando o Estado no Senado Federal e quando construiu políticas públicas que melhoraram a condição de vida do povo fluminense.

Hoje se vê decisões raivosas sendo desconstituídas para se fazer justiça. Qual a segurança jurídica quando o direito é usado para perseguir inimigos políticos e eventuais adversários. A mesma pessoa que foi mimado, homenageado, paparicado por juristas, políticos, jornalistas e outros aproveitadores foi colocado nas portas do inferno, mas resistiu bravamente como homem corajoso, não usando os mecanismos criados para delação de outros, assim como colaboração de criminosos em troca de favores políticos. Muitos se utilizaram da família Cabral para alçar seus voos individuais e egoístas, mas não tiveram vergonha para atirar pedras e cuspir no prato que comeram.

Que tal acreditar no homem que se levanta, ergue a cabeça e procura com seu trabalho e sua produção intelectual reparar eventuais equívocos que todos humanos cometemos em nossa jornada terráquea.

DANIEL MAZOLA – Jornalista profissional (MTb 23.957/RJ); Editor-chefe do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Consultor de Imprensa da Revista Eletrônica OAB/RJ e do Centro de Documentação e Pesquisa da Seccional; Membro Titular do PEN Clube – única instituição internacional de escritores e jornalistas no Brasil; Pós-graduado, especializado em Jornalismo Sindical; Apresentador do programa TRIBUNA NA TV (TVC-Rio); Ex-presidente da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Conselheiro Efetivo da ABI (2004/2017); Foi vice-presidente de Divulgação do G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (2010/2013). mazola@tribunadaimprensalivre.com

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