Por Miranda Sá –
Nos dias de hoje os robôs estão presentes em toda parte; saíram dos laboratórios de pesquisa para conviver no cotidiano das ruas, das escolas, do trabalho e em casa… Poucos, porém, sabem que eles vêm de longe no tempo e no espaço.
Num período histórico em que a Europa vivia em estado selvagem, mais ou menos 3.000 a.C, os chineses faziam surpreendentes descobertas e ensaiavam os primeiros avanços tecnológicos. Quatro das suas grandes invenções, a bússola, a pólvora, a fabricação de papel e a impressão, só chegaram ao ocidente no final da Idade Média.
O que nos interessa, falar de robôs, estes também tiveram existência mecânica por lá e têm relação com outra das criações chinesas, a xilogravura, a primeira cultura impressa, produzindo livros, deixando-nos como herança a referência aos autômatos que se movimentavam, batiam tambores e tinham expressões faciais como mexer com os olhos.
No século 17, o filósofo inglês Francis Bacon, trouxe na sua famosa obra “Novum Organum” o crédito à velha China pelas grandes mudanças que a humanidade recebeu dela, “coisas que nenhum império, nenhuma seita, nenhuma estrela parecem ter exercido maior poder e influência nos assuntos humanos do que as descobertas chinesas”.
Chegando à contemporaneidade, a palavra Robô surgiu em 1920 numa experiência teatral do dramaturgo checo Karel Čapek. Na peça “R.U.R. – Robôs Universais de Rossum” –, em que as máquinas entram em cena com aparência humana com mais eficiência do que seus colegas humanos. Čapek deu-lhes o nome de “rabota”, que em checo significa “trabalho”.
A partir daí a Ciência e a Tecnologia libertaram para a humanidade a criação dos robôs, que trouxeram para a nova realidade uma salada variada de admiração, curiosidade, desejo, oportunismo, ansiedade e temor do que eles podem vir a fazer.
Os robôs modernos são máquinas que estão em constante desenvolvimento e pela Inteligência Artificial aplicada aprendem com seus erros; é, aliás, a IA e seus aplicativos que levam os robôs ao universo da ficção científica.
Entrou na literatura com o best-seller “Eu, Robô” de Isaac Asimov publicado em 1950, sendo o pioneiro mundial na introdução do assunto, que estendeu ao cinema um filme com o mesmo nome, mostrando o seu lado ameaçador.
Projetando ameaças, imagina-se que os robôs produzirão os seus próprios semelhantes e ocuparão o emprego dos humanos; podendo se revoltar contra os seus fabricantes, este é o lado mal: temos do outro lado, porém, um ponto de vista que vê a presença deles facilitando a vida social e uma segura relação com o trabalho produtivo.
Este aspecto veio também com a arte cinematográfica com a interessante película “O Homem Bicentenário” feito sob orientação de Asimov e direção de Chris Columbus com magnífica atuação de Robin Williams e Wendy Crewson.
Esta fantasia traz um robô doméstico com características humanas ligado a uma família e, enriquecendo com o produto de trabalhos artesanais, financia um técnico em mecânica de androides para se humanizar, e acasalar-se com uma descendente do primeiro patrão… O resto, confiram, está em alguns streamings.
Enfim, temos uma realidade de já existirem máquinas inteligentes, incorporadas de forma humanoide, mas, também, como aspiradores de pó, lavadores de pratos e a frequência quase indispensável da Alexa, que nos obedece para ligar e desligar a luz, a tevê, o ar condicionado e atender pedidos de notícias, música e piadas…
Intolerável é a atuação dos robôs no campo da política, presentes nas redes sociais para divulgar fake news e mesmo tendo usurpadas suas personalidades por pessoas de carne e osso…. Mercenários e fanáticos capazes de tudo.
Explica-se isto com a equação formulada por Einstein para a sua teoria da relatividade, E = mc², aplicando-a comparativa para juízes que prendem criminosos e juízes que os soltam, com advogados que buscam a Justiça e advogados que a subornam, corrompendo-a.
Os fanáticos e mercenários travestidos de robôs nas redes sociais atuam para comprometê-las e comprometer os próprios robôs, dando argumento para os inimigos da livre expressão do pensamento atentarem contra os aplicativos de Comunicação; e devem ser punidos severamente por isto.
MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br
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