Redação –

O presidente Donald Trump ligou para o governador da Geórgia, o republicano Brian Kemp, na manhã deste sábado (5) para persuadi-lo a anular a vitória de Joe Biden no estado sulista, segundo informações do jornal The Washington Post. Ele ainda pediu que o governador ordenasse uma auditoria das assinaturas das cédulas enviadas pelo correio, embora Kemp já tivesse sinalizado anteriormente que ele não tem autonomia para fazer tal coisa.

O episódio é mais uma tentativa de Trump em interferir no resultado das eleições e impedir que a vitória de seu opositor se concretize. Mesmo sem apresentar provas, ele insiste em seu discurso de que as eleições foram fraudulentas.

SESSÃO ESPECIAL – Horas antes de realizar um comício na Geórgia em apoio aos dois candidatos republicanos ao Senado no estado, Trump pressionou Kemp a convocar uma sessão especial para que os legisladores do estado anulassem os resultados e indicassem eleitores que o apoiariam, de acordo com uma pessoa ouvida pelo Washington Post, que pediu anonimato.

Kemp teria recusado o apelo de Trump. O governador fez um post no Twitter, neste sábado, dizendo que ele já havia defendido uma auditoria de assinaturas publicamente mais de uma vez.

Cody Hall, porta-voz de Kemp, confirmou que os dois políticos falaram. O porta-voz da campanha de Trump, Tim Murtaugh, não quis comentar.

MOMENTO DELICADO – As tentativas de Trump para pressionar Kemp acontecem em um momento em que Geórgia definirá o controle do Senado. Como nenhum candidato do estado alcançou os 50% dos votos necessários durante as eleições de 3 de novembro, haverá um segundo turno extraordinário em 5 de janeiro. Neles, os senadores republicanos Kelly Loeffler e David Perdue enfrentam respectivamente os democratas Raphael Warnock e Jon Ossof.

Caso os democratas vençam as duas disputas, a Casa passará a ter 50 senadores do partido (contando com os independentes alinhados a sigla) e 50 republicanos. Neste caso, o voto de minerva será da vice-presidente eleita, a democrata Kamala Harris.

Na noite deste sábado, o presidente participou de uma campanha em apoio aos candidatos republicanos, no que será seu primeiro grande evento político desde as eleições.

CUSTO ELEVADO – Quanto à batalha judicial para anular o resultado, o presidente Donald Trump já gastou quase US$ 9 milhões (R$ 46 milhões) de custas judiciais pelas recontagens de novos, embora todas sem sucesso.

Até agora, a campanha do republicano sofreu mais de 20 derrotas judiciais em sua tentativa de negar o resultado da votação.

Fonte: Folha de SP