Por Pedro do Coutto –

A forma calorosa com a qual o presidente eleito, Lula da Silva, foi recebido na COP 27, na quarta-feira, deve refletir de forma bastante intensa para desanimar os organizadores e participantes de atos democráticos à frente de quartéis do Exército. Também é um estímulo ao governo que começa em janeiro e um desestímulo às forças que saem do poder.

Os discursos de Lula sobre a preservação do Meio Ambiente e o apoio aos segmentos pobres da população ameaçados até pela fome foram destacados nos principais jornais do mundo pela importância dos temas absolutamente vinculados à vida no planeta e à dignidade humana.

Mídia estrangeira exaltou discurso de Lula na COP-27. (Reprodução)

RECEPÇÃO – No O Globo, a reportagem é de Daniela Chiaretti e Ana Rosa Alves. Na Folha de S. Paulo, de Ana Carolina Amaral, Jéssica Maes e Phillippe Watanabe. As duas reportagens focalizam a forma de recepção ao novo presidente da República e a repercussão de seu discurso, principalmente no que se refere à responsabilidade brasileira quanto à preservação do Meio Ambiente a partir de um forte combate às atividades ilegais de desmatamento, garimpo e ocupação de terras indígenas.

No Brasil, o presidente Bolsonaro transferiu ao vice, Hamilton Mourão, a tarefa de representar o governo, demonstrando assim que não deverá estar presente na transmissão do cargo a Lula da Silva.

ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS –  Reportagem de Aguirre Talento, Bruno Abud e Patrick Camponês, O Globo, revela que dez pessoas já investigadas pelo Supremo Tribunal Federal, no momento, são incentivadores das ações que se concentram em atos públicos em frente aos quartéis pedindo um golpe militar contra o resultado das urnas.

O absurdo assim permanece e os organizadores e participantes ainda não se cansaram da falta de aceitação e das propostas golpistas que ostentam publicamente.

PEC DO ORÇAMENTO – O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, entregou ao presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira, uma Proposta de Emenda Constitucional alterando o teto de gastos para o pagamento de R$ 600 e mais R$ 150 para crianças de até seis anos no programa que volta a se chamar Bolsa Família. A proposta encaminhada vai além da perspectiva inicial de R$ 175 bilhões para cerca de R$ 200 bilhões.

O valor e a mudança nesses níveis vão além do que as lideranças políticas do Congresso imaginavam. Mas tal fato deve ser atribuído a um limite fictício para que o próprio Congresso altere a proposta e assim consiga chegar a um denominador comum. Um detalhe deve ser observado, quem assinará a PEC?

Pois o presidente Lula não foi empossado, bem como o seu vice, Geraldo Alckmin. Além disso, Bolsonaro provavelmente não o fará. No O Globo, a reportagem é de Paula Ferreira, Jennifer Goularte, Alice Cravo, Eduardo Gonçalves e Geralda Doca.

PEDRO DO COUTTO é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


PATROCÍNIO


Tribuna recomenda!