Redação

A defesa de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), apresentou nesta 6ª feira (19.jun.2020) 1 pedido de habeas corpus. A informação é da CNN Brasil.

No pedido feito à Justiça do Rio de Janeiro, o advogado Paulo Emílio Catta Preta usa como argumento para prisão domiciliar, por exemplo, o “atual estágio da pandemia do coronavírus”, e aponta que Queiroz “é portador de câncer no cólon”.

Queiroz foi preso preventivamente na manhã de 5ª feira (18.jun.), em Atibaia, região do Vale do Paraíba, em São Paulo. Ele estava em 1 imóvel do advogado Frederick Wassef, advogado de Flávio e de Jair Bolsonaro. Eis a íntegra da decisão que autorizou a prisão preventiva de Queiroz (25 MB).

O ex-assessor foi alvo da operação Anjo, 1 desdobramento da operação Furna da Onça, que cumpriu mandados de busca e apreensão e de prisão expedidos pela Justiça do Rio de Janeiro. A operação apura esquema de ‘rachadinha’ na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

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MULHER DE QUEIROZ NO ALERTA VERMELHO

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) solicitou à Polícia Federal que coloque Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, na lista de procurados da Interpol. O sistema inclui criminosos procurados no mundo inteiro.

Os investigadores foram até a casa da família, na Taquara, mas não encontraram Márcia. Fizeram buscas em outros endereços ligados a ela. Sem sucesso. Quando da prisão de Queiroz, os agentes pediram que o ex-assessor e policial militar aposentado ligasse para Márcia, mas ele se negou.

PRISÃO “ESPETACULOSA”

Assim o presidente Jair Bolsonaro classificou a prisão de Fabrício Queiroz. A afirmação foi feita nessa 5ª feira (18.jun.2020) em sua tradicional live semanal.

“Deixo bem claro que não sou advogado do Queiroz e não estou envolvido nesse processo. O Queiroz não estava foragido e não tinham nenhum mandado de prisão contra ele. Tranquilamente, se tivessem pedido ao advogado, creio eu, o comparecimento a qualquer local, ele teria comparecido.”

Bolsonaro disse que foi avisado da operação pelo que chama de sistema de informação particular: “Amigos meus”.

MP do Rio solicitou dados sobre viagens de Flavio Bolsonaro, diz site

A Justiça do Rio de Janeiro solicitou em fevereiro de 2020 os dados de viagens realizadas pelo senador Flavio Bolsonaro (sem partido-RJ) e sua mulher, Fernanda Antunes Bolsonaro, de 1º de janeiro de 2007 a 17 de dezembro de 2018 –período em que Flavio era deputado do Estado. A determinação foi divulgada pelo portal Uol nesta 6ª feira (19.jun.2020).

As informações deveriam ser entregues ao MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) como parte das investigações do suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado –quando os funcionários são coagidos a devolver parte do seu salário.

A decisão foi do juiz Flávio Itabaiana Oliveira Nicolau, juiz da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. Nicolau também determinou a prisão de Fabricio Queiroz na última 5ª (18.jun). Ele era ex-assessor de Flavio Bolsonaro e é investigado no mesmo caso.

O MP-RJ pediu à Decolar.com os valores das passagens, de transporte, hotéis, pacotes turísticos e as formas de pagamento. Também solicitou as datas, origens e destinos das viagens realizadas nos 12 anos, bem como os nomes que constavam nos bilhetes.

A empresa afirmou que enviar os dados violaria a intimidade dos investigados e chegou a recorrer duas vezes na Justiça. Não obteve êxito. A Decolar.com declarou que “atendeu à decisão judicial, fornecendo as informações solicitadas”.

A Justiça do Rio de Janeiro disse não ser possível verificar a movimentação processual para confirmar se os dados foram recebidos porque o processo corre sob sigilo.

Eis a nota divulgada pela assessoria de Flavio sobre o caso:

“Trata-se de mais uma ilação de alguns promotores de injustiça do Rio. O patrimônio do senador é totalmente compatível com seus rendimentos e isso ficará inequivocamente comprovado dentro dos autos”.

QUEIROZ E “RACHADINHAS”

Fabricio Queiroz foi alvo da operação Anjo, que apura “rachadinha” na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Os investigadores cumpriram 1 mandato de busca e apreensão em loja do agora senador Flavio Bolsonaro  em 18 de dezembro de 2019.

Queiroz é investigado por movimentações bancárias atípicas em suas contas. Relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) revelou que o ex-assessor movimentou R$ 1,2 milhão de 2016 a 2017.

Queiroz foi encontrado em Atibaia (SP). Ele estava em uma propriedade de Frederick Wassef, advogado de Flavio e Jair Bolsonaro.

O presidente classificou de “espetaculosa” a prisão de Queiroz. Bolsonaro também disse que foi avisado da operação pelo que chama de sistema de informação particular: “Amigos meus”.


Fonte: Poder360