Por Bolivar Meirelles

Esses dois, Bolsonaro e Mourão, formados em cursos nas Forças Armadas Brasileiras, dois golpistas por natureza, produtos residuais da ditadura dos Governos Militares implantados em 1964, além do que, são racistas.

O Mourão não se vê no espelho, ao invés de se orgulhar em ser um típico miscigenado brasileiro, eventualmente ofende índios e negros brasileiros. Os primeiros originários “donos” usuários dos territórios hoje brasileiros. Os segundos, originários da África, violentamente trazidos em navios negreiros, construtores maiores da riqueza brasileira, com suor e sangue.

O Bolsonaro, escravocrata nato, ostensivo racista, misógino e homofóbico. “Farinha do mesmo saco”. O Vice selecionado pelo Presidente. Escória atrai escória. “Na razão direta de sua massa e inversa do quadrado das distâncias”. Massa só, inteligência e compostura nenhuma.

Crias iguais no “caldo de cultura” formativo de monstros foi a AMAN, Academia Militar das Agulhas Negras no pós Golpe de 1964. Quando a cursei, dela saí em dezembro de 1962, ainda possível, mesmo com dificuldades, o exercício de posicionamentos diversos. Quando demitido fui do Exército Brasileiro em 1964, transformada foi, a AMAN, em máquina construtora de monstros em forma, “se adapte ao universo torturador, estuprador e assassino ou te excluo”, era a norma. Alguns poucos se salvaram, calados, “engolindo sapos”. Míseros tempos formadores do Capitão Presidente Jair Bolsonaro! Míseros tempos formadores do General Vice-Presidente Hamilton Mourão!

O Exército Brasileiro, General Pujol, comandante do Exército, só se salvará perante a dignidade solicitada pelo Povo Brasileiro quando fizer profunda autocrítica de seu comportamento nos tempos terríveis dos Governos Militares ditatoriais. Torturas, estupros e assassinatos aconteceram nos próprios militares. Sob o comando de militares, oficiais e graduados sim.

O Presidente da República e o Vice, elogiadores do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ícone mais conhecido dos torturadores militares brasileiros, envergonha o Exército Brasileiro. Na Marinha no CENIMAR, a estrutura de Informação da Aeronáutica Militar… Tudo e todos tem de passar por profundo processo crítico e autocrítico General Pujol. Seu antecessor, o General Villas Boas, embora haja substituído o legalista General Enzo, dele não tinha as qualidades.

O Marechal Henrique Dufles Teixeira Lott deixou exemplo de militar legalista, infelizmente não constituiu a escola principal nas Forças Armadas Brasileiras.

General Mourão, os índios brasileiros não são indolentes, os negros brasileiros não são “espertinhos”, ambos são brasileiros trabalhadores dignos na construção do Brasil. São profissionais em todos os campos, como operários, militares, professores, médicos, cientistas, jornalistas, escritores, filósofos, economistas, políticos, artistas e todos outros campos da atividade humana.

Capitão Presidente da República Jair Bolsonaro, o Presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, negro na pele, nomeado por “Vossa Excelência”, desonra o Brasil e o Povo Brasileiro. Ao excluir de suas personalidades notórias o grande intérprete, compositor e poeta Milton Nascimento, diminui a própria dimensão da Fundação Cultural Palmares, até porque, Presidente Capitão Bolsonaro, “Vossa Excelência” e o desonrado Sérgio Camargo, nada representam para a cultura e para o Povo Brasileiro. Vocês “passarão e o Milton Nascimento… passarinho”.


BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina e Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.