Redação –
A inflação oficial do país, medida pelo IBGE, foi de 1,25% em outubro. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 10,67%. E o aumento de preços pesa cada vez mais na cesta básica.
A inflação oficial do país, medida pelo IBGE, foi de 1,25% em outubro, a maior para o mês em 19 anos. O IPCA acumula 10,67% em 12 meses. O maior impacto veio da gasolina, que ficou mais cara pelo sexto mês seguido. Em 12 meses, subiu mais de 40%. A segunda maior pressão vem de alimentação e bebidas.
E o valor da cesta básica pesa cada vez mais no orçamento das famílias.
No armário da cozinha de Márcia Ribeiro tem cada vez mais espaço e menos comida.
“Eu vou com 200, 300 (reais) e já não compro mais nada. Tem que ser tudo contadinho. Tem que comprar mais o básico, né, um arroz, feijão, um óleo”.
Em outubro, os preços de alimentos e bebidas aumentaram em média 1,17%. Segundo o IBGE, produtos como tomate, batata inglesa e frango em pedaços dispararam.
Na organização Favela em Desenvolvimento, as doações garantem comida a famílias que passam fome em comunidades do Rio. Mas nos últimos meses, a solidariedade vem perdendo a batalha para a inflação.
“Essa alta no preço dos alimentos impacta as doações que a gente recebe porque como fica mais difícil para todo mundo, as pessoas destinam menos recursos para as doações”, afirma Rennan Leta, coordenador geral do Favela em Desenvolvimento.
O Dieese fez um levantamento para calcular o peso da cesta básica para quem recebe salário mínimo. Em outubro do ano passado, o custo da cesta comprometia, em média, 53% da remuneração. De julho para cá, o peso dos itens básicos da alimentação só aumentou. Em outubro deste ano, chegou a 58% do salário mínimo.
“A inflação crescendo na velocidade que ela vai crescendo afeta desproporcionalmente os mais pobres e mais vulneráveis e desorganiza a economia como um todo. Aumenta a pobreza, a insegurança alimentar, a situação de vulnerabilidade”, explica o economista Ricardo Henriques.
No último ano, a inflação reduziu bastante o poder de compra das famílias mais pobres. Para o trabalhador que recebe salário mínimo, a cesta básica consome R$ 6 de cada R$ 10. Sobra pouco ou nada para itens como transporte, aluguel e outras despesas da família.
O Dieese afirma que o custo da cesta básica subiu em 16 das 17 capitais pesquisadas. Apenas em Recife teve uma redução. Em Florianópolis, ela chega a custar R$ 700, enquanto o salário mínimo é de R$ 1,1 mil.
Na casa de Márcia, a carne virou item de luxo. Ela, o marido e três filhos dividem o que dá para comprar.
“Quando tem três ovos, eu faço omelete. Um peito de frango, eu corto, faço picadinho. E assim a gente vai indo.”
Fonte: G1
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MAZOLA
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A atual política de preços é para países que não produzem petróleo e têm de importar tudo. No caso do Brasil, o país é autossuficiente e precisa estabelecer uma política de preços que se baseie nesta realidade. Aliás, isso nunca aconteceu antes. Esta política irresponsável começou em 2016, governo Temer, quando a Petrobras foi presidida pelo trêfego tucano Pedro Parente. O resultado foi que o lucro da Petrobras diminuiu e a inflação disparou