Redação

Após o endosso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a uma manifestação contra o Congresso Nacional, partidos de esquerda passaram a se unir para criar uma estratégia de ação com o objetivo de impedir que o presidente continue com atitudes que atentem contra as instituições.

Ao menos cinco ações estão sendo articuladas para isso: reunião de líderes com a presença do presidente da Câmara Senado para unir partidos de centro ao debate; reunião de partidos de esquerda para criar uma estratégia de ação conjunta; representação na Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente; aceleração do processo contra Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Flávio Bolsonaro (sem partido) no Conselho de ética das respectivas Casas; e manifestação popular nas ruas no próximo dia 8.

Reuniões para definir estratégias

Evitando afirmar que será protocolado um pedido de impeachment contra o chefe do Executivo, o líder o PT na Câmara, Enio Verri (PR), não descarta que existe essa possibilidade. “O PT, como a maior bancada da Câmara, vai se reunir nessa segunda, às 16h, para decidir o que será feito. Mas certamente serão tomadas ações políticas e jurídicas”, disse ao Congresso em Foco.

Além dessa reunião, Verri participará de ao menos mais duas para tratar do tema, uma delas está sendo articulada com líderes do Congresso, que pode contar com os presidentes Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP). Para essa reunião, é esperado o comparecimento de diversos partidos. Segundo o vice-líder da oposição, Aliel Machado (PSB-PR), a reunião contará com dezenas de legendas “não apenas de esquerda, mas todos que defendem a democracia”, declarou.

Outra reunião que está sendo articulada é exclusiva dos partidos de esquerda. Neste encontro os congressistas pretendem chegar a um entendimento de quais são os caminhos cabíveis para o momento político que o país vive. “Com todos os erros do presidente, que são erros graves, ele tem o apoio popular, ele foi eleito e nós temos que respeitar isso”, disse Aliel. O deputado acredita que ainda não é momento para se falar em impeachment, mas afirma que Bolsonaro “cometeu crime de responsabilidade”.