Redação –
O centro de rituais do povo pataxó foi alvo de um incêndio na madrugada desta quinta-feira (14), em Porto Seguro, Bahia. Segundo o secretário da Associação de Jovens Indígenas Pataxó, Emerson Pataxó, a suspeita é de que a queima tenha sido provocada intencionalmente, por não indígenas.
Emerson disse que membros da Aldeia Barra Velha, onde está localizado o centro, ouviram o barulho de um motor de um automóvel na região. O carro, que, conforme relatos, circulava em alta velocidade, foi percebido horas depois do término de um ritual realizado mensalmente pelos pataxó, em reverência à lua cheia. Ao todo, o território de Barra Velha tem 54 mil hectares.
De acordo com Emerson, a aldeia é considerada “a mãe” dos pataxó. Esse fato, segundo ele, reforça a tese de que o objetivo do incêndio era destruir um símbolo importante da etnia. “[Barra Velha] Foi uma das primeiras que o povo pataxó organizou, no período pós-colonização portuguesa”, ressaltou.
“Fica em um espaço que é muito bem visto pelo mercado do turismo. Tem uma das mais lindas praias da Bahia. A gente vem enfrentando, tanto em Barra Velha como outras aldeias, ameaças de cunho racista e de intolerância religiosa”, acrescentou. “Aqui é uma área de interesse e a gente vive sendo atacada e ameaçada a todo instante”, denunciou.
Histórico
Emerson lembrou a luta que marca Ponta Grande, outro território tradicional. Ao menos duas vezes a Justiça Federal ordenou o despejo de famílias indígenas que vivem no perímetro. Especialistas reconhecem, como contexto dos conflitos, o choque de interesses entre indígenas e empreendedores que contribuem para a especulação imobiliária na localidade.
Ponta Grande é uma área vizinha à terra indígena Coroa Vermelha. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), 12.500 indígenas habitam atualmente os municípios de Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Belmonte, Itamaraju, Teixeira de Freitas, Itabela e Prado, todos no extremo sul da Bahia.
Em maio deste ano, foi noticiado um caso de violência contra três índios pataxó, também na aldeia Barra Velha. As informações eram de que o grupo foi atingido por armas de fogo, por seis homens que invadiram a comunidade.
Segundo Emerson Pataxó, a Fundação Nacional do Índio (Funai) já foi notificada sobre a ocorrência desta madrugada.
A Agência Brasil solicitou um posicionamento da autarquia e aguarda retorno.
Fonte: Agência Brasil
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