Por Jeferson Miola –
Sem nenhuma explicação, e sem prestar contas à sociedade sobre a tal apuração paralela que tanto celeuma criaram para realizar, Bolsonaro e os militares simplesmente abandonaram a denúncia de fraudes nas urnas, como se nunca tivessem criado toda confusão que criaram em torno do assunto. Postura típica de moleques arruaceiros., tomados por um espírito-de-porco.
No segundo turno, trocaram as denúncias falsas em relação às urnas por ataques – também falsos – às pesquisas de intenção de votos. Assim, usam outra camuflagem para continuarem distraindo a mídia e a sociedade em relação ao essencial.
Com uma tática diversionista atrás da outra, Bolsonaro e os militares desviam a atenção a respeito da realidade trágica e do descalabro do país. E, ao mesmo tempo, conseguem fazer com que a máquina jamais vista de corrupção, abuso e banditismo político-eleitoral da campanha bolsonarista fique “invisível”, soterrada por camadas de truques diversionistas.
A máquina fasci-bolsonarista emprega armas e artefatos poderosos. Empresários criminosos atuam em duas pontas. De um lado, abastecem com montanhas de dinheiro as campanhas de candidatos e as redes do esgoto bolsonarista. E, de outro, coagem ilegalmente trabalhadores e ameaçam com demissões caso Lula seja eleito.
A “família militar”, espaço ampliado da sociabilidade reacionária que é alimentado pela usina de mentiras e preconceitos fabricadas pelo partido militar nos quartéis, dissemina conteúdos falsos por meio das redes bolsonaristas que conectam Forças Armadas, polícias militares, CAC’s, empresas privadas de segurança, milícias e o submundo do crime.
O escândalo do orçamento secreto prova que o crime compensa. Por meio deste esquema bilionário corrupto, o bolsonarismo não só garantiu a eleição de uma robusta bancada da extrema-direita no Congresso, como irriga uma estrutura eleitoral demagógica e clientelista com investimentos superfaturados e licitações fraudadas.
A estrutura pública é usada de maneira descarada. Os palácios da Alvorada e do Planalto, transformados em comitês de campanha eleitoral, foram ocupados por operadores da escória fasci-bolsonarista que ali trabalham freneticamente, usando descaradamente dinheiro e recursos públicos.
O presidente-miliciano, notório vagabundo que nunca trabalha porque faz campanha todos dias úteis e descansa nos finais de semana, mantém expoentes da matilha fasci-bolsonarista reunidos no Palácio do Alvorada – de parlamentares a religiosos fundamentalistas, comunicadores inescrupulosos, cabos eleitorais, representantes da lúmpen-burguesia e militares conspiradores, inclusive da ativa, que ali circulam fardados e com desenvoltura.
Pastores vigaristas, especializados na modalidade caça-níquel, deturpam o sentido da religião e se desempenham como profetas do caos que anunciam o inferno na Terra se Bolsonaro não for reeleito.
Não bastassem os auxílios eleitoreiros e inconstitucionais aprovados pelo Congresso e que não foram questionados por um judiciário acuado, o governo turbina a demagogia eleitoral com muitos outros bilhões de reais de promessas de repasses a taxistas, caminhoneiros e vários segmentos da base eleitoral do governo.
As redes sociais são o reino bolsonarista de um mundo sem lei, sem regra, sem decência. O influenciador Felipe Neto denuncia: “O que está acontecendo agora na deepweb bolsonarista de fakenews é, na minha opinião, o maior escândalo de crime eleitoral da história”.
Se as instituições estivessem “funcionando normalmente” no Brasil, a chapa militar Bolsonaro/Braga Netto inevitavelmente seria cassada, devido à profusão de crimes eleitorais e comuns cometidos.
Nunca antes, em nenhuma outra eleição presidencial, viu-se uma máquina tão poderosa de corrupção, abuso e banditismo político-eleitoral como nesta eleição – o que cobra de Lula a força titânica que ele demonstra possuir para fazer a democracia e a vida triunfarem sobre o fascismo e a barbárie.
JEFERSON MIOLA – Jornalista e colunista desta Tribuna da Imprensa Livre. Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.
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