Redação

Duas pessoas que conversaram com o presidente Jair Bolsonaro afirmam, de forma categórica, que ele está com muito medo da quebra de sigilos pela CPI da Covid. No entender de Bolsonaro, isso pode “ferrar” o governo.

Há suspeitas entre os senadores de que integrantes do Palácio do Planalto receberam propina de laboratórios fabricantes de cloroquina.

ESTRATÉGIAS – Não por acaso, o presidente está tentando criar um fato atrás do outro para confundir a população. A fala sobre o possibilidade de o governo derrubar a obrigatoriedade do uso de máscaras por quem já foi vacinado ou teve covid-19 está dentro dessas estratégias.

Assessores do presidente já estão correndo para averiguar até que ponto a quebra de sigilos pela CPI pode atingir em cheio o Planalto. Estão na lista das pessoas que tiveram aprovada a quebra de sigilos telefônico e telemático o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins, e o empresário Carlos Wizard.

QUEIROGA NA MIRA – Nos bastidores do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, costuma se referir ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, como uma mistura de Eduardo Pazuello com Luiz Henrique Mandetta, ex-chefes da pasta.

Para Guedes, Queiroga reúne a subserviência de Pazuello ao presidente Jair Bolsonaro e a exposição midiática de Mandetta.

Ou seja, nas entranhas do governo, Queiroga faz o que Bolsonaro quer, sem questioná-lo, mesmo que não concorde com as determinações, mas, quando está de frente para as câmaras defende o que a ciência prega e fica bem na foto.

NA FRITURA – Porém, mesmo com esse jogo de cintura do ministro, quem sabe das coisas de dentro do governo diz que, apesar do seu lado Pazuello, Queiroga já não agrada mais Bolsonaro. O presidente vê nele mais o lado Mandetta, por ter bom trânsito com a mídia.

Bolsonaro, como se sabe, é invejoso demais. Portanto, começou a contagem regressiva para ver até quanto tempo Queiroga fica no cargo.


Fonte: Correio Braziliense